O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um governo "ótimo ou bom" para 35% da população, segundo informa a nova edição da pesquisa “A Cara da Democracia”, realizada pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT).
O patamar é superior ao que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o governo, em setembro de 2022, que foi de 30%, mesmo com a margem de erro de 2 pontos percentuais.
O índice de reprovação também favorece o petista: 28% dizem que o governo é "ruim ou péssimo", contra 41% que se diziam insatisfeitos com a gestão bolsonarista.
Já os que consideram o governo "regular" são 34%, estes eram 27% na gestão de Bolsonaro.
Os números se assemelham ao da pesquisa Ipec divulgada na última semana, que apontou aprovação de 40% e 25% de reprovação.
Recorte
Entre eleitores que declararam "gostar muito" de Bolsonaro, a avaliação positiva de Lula é de 9% e 25% o avaliam como “regular”, enquanto 63% o classificam como “ruim” ou “péssimo”.
Já o percentual de pessoas que têm afinidade com Lula, mas avaliam sua gestão como péssima é de 2%.
Economia
Os dados positivos na avaliação de Lula refletem o avanço positivo na economia. O IBGE divulgou que, além de queda na inflação, o Brasil teve crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) acima das expectativas pelo segundo trimestre consecutivo.
De acordo com a pesquisa, 44% dos brasileiros dizem acreditar que a economia melhorou “muito” ou ao menos “um pouco” sob a atual gestão. Outros 29% não notaram diferença, enquanto 23% declaram que houve piora em alguma medida. Na parcela de entrevistados que diz gostar muito do ex-presidente Bolsonaro, 15% reconhecem que houve melhora na economia do país sob a atual gestão.
Com isso, o percentual de pessoas que temia uma crise econômica era de 21% na última rodada da pesquisa, quando Bolsonaro ainda estava no poder, caiu para 9% sob Lula.
A preocupação com a inflação também caiu de 8% para 4%. Nesse período, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 8,73% para 4,24%, segundo o IPCA e o IPCA-15, que mede a inflação e a prévia da inflação, respectivamente.
O que mais preocupa o brasileiro hoje em dia são o desemprego e a corrupção, temas citados por 17% e 16% dos entrevistados, respectivamente.
Esperança
O otimismo também é maior no início do mandato de Lula, quando comparado ao fim do período Bolsonaro. Mais da metade (59%) diz sentir “esperança” em relação ao petista, taxa que é de 34% para o ex-presidente.
Além disso, 55% dos brasileiros estavam decepcionados com Bolsonaro, enquanto 40 dizem o mesmo sobre Lula.
A pesquisa "A Cara da Democracia" foi feita com 2.558 entrevistas presenciais de eleitores em 167 cidades, de todas as regiões do país, entre 22 e 29 de agosto. O levantamento é financiado pelo CNPq e pela Fapemig e é feito pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), que reúne pesquisadores das universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos e o índice de confiança é de 95%.