Jean Wyllys não ficou quieto e escreveu um longo texto para Zé de Abreu
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Jean Wyllys não ficou quieto e escreveu um longo texto para Zé de Abreu


No último domingo (10), o ex-deputado federal Jean Wyllys utilizou suas redes sociais para responder às críticas do renomado ator José de Abreu. O embate entre os dois teve início após Wyllys ter chamado o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, de "mau-caráter".

O ex-parlamentar alegou que o ministro estaria trabalhando ativamente para excluí-lo do governo federal, apesar de um suposto convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar a equipe do Palácio do Planalto.

As polêmicas começaram quando Jean Wyllys publicou um texto crítico ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e foi acusado de homofobia devido à linguagem utilizada em seu texto. O ex-deputado alega que Pimenta teria orquestrado uma campanha na mídia para atacá-lo em virtude dessas críticas.

José de Abreu, por sua vez, tomou partido ao lado de Paulo e decidiu ironizar Jean Wyllys nas redes sociais. O ator fez uma referência ao termo "AeroWillys", que pode ser interpretado como uma alusão à idade de Jean.

Em resposta, Wyllys retrucou chamando José de Abreu de "analista de Bagé", fazendo referência ao personagem cômico de Luis Fernando Veríssimo.


Confira o texto escrito por Jean Wyllys

Querido Zé de Abreu, carinhosamente chamado por nós de Zédia, eu te admiro e te respeito muito, muito. Mas eu tenho a lhe dizer que “mico” mesmo é quem, como você, fica no auditório batendo palmas para mau-caráter ao sabor de seu comando. Eu sou livre, meu nêgo! Decente e digno. Essa história sobre a qual você decidiu opinar se colocando contra mim não lhe diz respeito. Você me insulta sem saber de nada do que aconteceu. Como o “analista de Bagé” que sua persona pública encarna, você tendo sido vítima do que eu fui diria coisa pior da pessoa que fez o que fez comigo. Mas eu lhe digo que nem mesmo você, artista talentoso e que eu respeito, vai me assediar publicamente e tentar me impor silêncio sobre o mau-caratismo de que fui vítima. Nem a lawfare de Eduardo Leite e seu governo que vai privatizar prisões com o aval do PT no RGS - num país em que pretos pobres já são encarcerados em massa e mortos como moscas pelas polícias (como na Bahia, onde o PT governa há quase 20 anos) - silenciaram-me; nem o fascismo cívico-militar que derrubou Dilma num golpe, prendeu Lula injustamente, assassinou Marielle e me expulsou para o exílio me silenciou. Nem a imprensa canalha que repercute agora seu insulto consegue me calar. Então, querido amigo, não será seu assédio de mico de auditorio que vai conseguir me calar. Desista. Aliás, esse papel não lhe cai, soa canastrão, além de estar baseado num patético pacto de esquerdo-machos assombrados por um homem gay que ousou dizer a verdade sobre a baixeza do “fogo amigo” num governo parasitado pela direita. Aliás, é melhor que vocês me deixem em paz. Eu sou melhor para vocês em paz do que desencadeado. A extrema-direita e a imprensa antipetista já sabem disto há tempos. Espanta-me que o analista de Bagé ainda não o saiba mesmo tendo acompanhado minha atuação política na história recente do Brasil. Você é muito mais que um mico de auditório, Zédia. Eu acreditava nisto. Um abraço carinhoso para você e sua família, querido.

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