Mauro Cid acreditava que presentes eram de propriedade de Bolsonaro, diz ex-funcionário
Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr
Mauro Cid acreditava que presentes eram de propriedade de Bolsonaro, diz ex-funcionário

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, tratava os  presentes recebidos pela Presidência como propriedade 'personalíssima', segundo Marcelo Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Planalto.

Em entrevista à Globonews ,  Marcelo Vieira conta que, por diversas vezes, tentou explicar a Mauro Cid que os itens recebidos não eram de itens 'personalíssimos', como acreditava o tenente-coronel.

"O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: 'Pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo. Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou", declarou Vieira.

Polícia Federal investiga se Bolsonaro desviou, enquanto ocupava a presidencia da República, itens luxuosos doados a ele durante viagens internacionais. A PF também apura se o valor da venda dos itens teria ido para a conta do ex-presidente ou da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Na última quinta-feira (31), Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e Marcelo Câmara compareceram à Polícia Federal para prestarem depoimento . No entanto, todos optaram pelo silêncio.

Além deles, Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva;
Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro e tenente do Exército e Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, também prestaram depoimento à PF.

Nos argumentos de Michelle Bolsonaro, a alternativa pelo silêncio se deu por acreditar qu ea investigação não poderia ficar sob a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal. A defesa da ex-primeira-dama trabalha para que o caso seja levado à 1ª instância.

“Não se trata ficar em silêncio. Estou totalmente à disposição para falar na esfera competente e não posso me submeter a prestar depoimento em local impróprio, como já restou expressamente consignado pela Dra. representante da procuradoria-geral da República (PGR), o STF não se mostra o órgão jurisdicional correto para cuidar da presente investigação", disse Michelle.

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