Mauro Cid é investigado pela PF
Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr
Mauro Cid é investigado pela PF


Nesta quinta-feira (31), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encerrou um depoimento de sete horas na Polícia Federal sobre o escândalo envolvendo joias sauditas. O caso tem gerado grande repercussão, uma vez que implica diretamente o capitão da reserva, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e membros próximos da gestão anterior.

As investigações se concentram em um suposto esquema de desvio de joias luxuosas que foram recebidas durante viagens ao exterior, as quais, segundo a acusação, pertencem ao patrimônio da União. O depoimento de Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, assume um papel importante na elucidação dessas alegações.

A colaboração de Mauro teria avançado após uma série de interrogatórios, nos quais informações dos celulares do ex-ajudante foram confrontadas com dados do celular do general e de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente.

Os depoimentos relacionados a esse caso foram conduzidos em salas separadas, visando garantir a integridade do processo investigativo. Além disso, durante os depoimentos, o uso de celulares foi proibido para evitar qualquer interferência indevida nas apurações.

Os detalhes das negociações ilegais no caso das joias sauditas estão direcionando as investigações para uma nova etapa crucial: a identificação dos destinatários do dinheiro obtido com a venda das joias de origem duvidosa. As apurações da PF buscam traçar a rota do dinheiro e entender como os valores provenientes das negociações ilegais foram movimentados e eventualmente direcionados.

O inquérito em curso é respaldado por informações e provas substanciais que corroboram o envolvimento dos investigados nas negociações ilegais e indicam um rastreamento tanto no território nacional quanto no exterior.

Fontes próximas à investigação, que preferem não se identificar devido à sensibilidade do caso, indicam que as investigações apontam para um possível envolvimento do ex-presidente Bolsonaro.

Com a autorização judicial, novas diligências estão sendo realizadas para avançar na apuração do caso.

Uma etapa crucial dessa fase final envolve a cooperação internacional com autoridades dos Estados Unidos. A colaboração entre as autoridades brasileiras e americanas tem o objetivo de esclarecer aspectos do caso que possam estar relacionados a transações internacionais e rastreamento de recursos que ultrapassaram fronteiras.


Bolsonaro ficou em silêncio

Bolsonaro e aliados próximos decidiram ficar em silêncio durante depoimentos à Polícia Federal sobre o caso da venda irregular de joias sauditas nos Estados Unidos . A defesa do ex-mandatário entregará a íntegra de uma conversa em áudio entre seu advogado, assessor e ex-ministro, Fábio Wajngarten, e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

As defesas do próprio Bolsonaro, Michelle, Marcelo Câmara e de Wajngarten divulgaram notas às 11h40 explicando que o motivo do silêncio de seus clientes é um questionamento sobre o fato de o inquérito tramitar no Supremo Tribunal Federal, não na primeira instância da Justiça Federal.

Os advogados se baseiam no fato de a Procuradoria-Geral da República ter defendido a tramitação do caso na 6ª Vara Federal de Guarulhos (SP), onde é apurada a denúncia sobre as joias dadas pela Arábia Saudita e retidas no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

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