Cezar Bittencourt, terceiro advogado a assumir a defesa de Mauro Cid, disse nesta segunda-feira (21), ao jornal O Globo, que o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens dará versão conflituosa com a de Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso das joias. "Haverá um conflito de versões entre o meu cliente e o Bolsonaro", afirmou. "O Cid terá uma versão e o presidente terá a versão dele".
O advogado reconheceu que versões apresentadas por ele anteriormente, em outras entrevistas, "podem mudar uma coisa aqui e outra ali". Ele afirma que Cid apenas seguia ordens: "era um assessor, portanto, ele foi um operador, um executor". Ontem, domingo (20), Bittencourt revelou que ele próprio dará "20 ou 30 versões", e que pode "dizer o que quiser". Ao Estadão, ratificou que fala "sobre fatos com jornalistas", e não sobre "defesa técnica”.
Mauro Cid está preso desde maio deste ano, sob acusação de ter inserido dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, cujo objetivo seria a emissão de certificados que viabilizariam a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos. O ex-presidente afirma que não se vacinou contra o coronavírus.
Além do esquema de venda ilegal de joias destinadas à União, o ex-ajudante de ordens também é investigado por ter ajudado a organizar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e por uma suposta trama para um golpe de Estado após as eleições do ano passado.