Ministra Marina Silva
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Ministra Marina Silva


Em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (7), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), enfatizou a importância de decisões informadas em relação à Amazônia e alertou contra ações precipitadas que poderiam ter consequências irreversíveis. Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Marina ressaltou a necessidade de abordagens baseadas em evidências para enfrentar os desafios relacionados ao bioma amazônico.

"Qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo", afirmou, destacando a importância crítica da tomada de decisões com base em fatos. Suas observações vêm em um momento crucial, logo antes de uma reunião com seus colegas de outros oito países amazônicos para discutir preocupações ambientais regionais.

Marina Silva também falou da interconexão das questões ambientais globais. "Mesmo que consigamos reduzir desmatamento em 100%, se o mundo não parar com emissões por combustível fóssil, nós vamos prejudicar a Amazônia de igual forma", alertou.

Petrobras e preocupações ambientais

As declarações da ministra coincidiram com os debates em curso em torno da potencial exploração de reservas de petróleo na região amazônica, especialmente nas proximidades da foz do Rio Amazonas. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) havia negado anteriormente o pedido da Petrobras para perfurar um poço de petróleo na região do Amapá devido a preocupações com a segurança ambiental.

Posteriormente, a Petrobras apresentou um pedido revisado para consideração, gerando discussões sobre as implicações ambientais de tal exploração. Em meio a essas discussões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou apoio cauteloso às aspirações da empresa estatal, reconhecendo a necessidade de uma gestão ambiental responsável.

Marina destacou a necessidade de uma abordagem abrangente para a energia. "Mas não devemos ficar acomodados com essa equação. A China hoje já é o maior exportador de tecnologia para transição ecológica", comentou. "No caso de países como o nosso, que temos geração de energia limpa, é investir nessa matriz energética limpa e segura".


Investindo em energia limpa

Marina Silva enfatizou a importância da transição para fontes de energia mais limpas. A ministra reconheceu a necessidade de uma abordagem equilibrada que garanta tanto a segurança energética quanto a preservação ambiental.

À medida que as discussões sobre a conservação da Amazônia e energia sustentável continuam, o apelo de Marina por decisões baseadas em evidências e a busca por fontes de energia mais limpas ressoa como um princípio orientador para uma governança responsável.

Reunião em Belém

Marina Silva ressaltou a preocupante ausência de reuniões de presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica ao longo dos últimos 14 anos, pontuando que essa lacuna agravou o problema na região. O último encontro foi em 2009, em Manaus.

A ministra frisou a necessidade urgente de um comprometimento mútuo entre os países para evitar que a Amazônia alcance um ponto crítico de não retorno.

Nesta terça (8), o presidente Lula, juntamente com líderes de outras nações amazônicas, participará da Cúpula da Amazônia em Belém. Após o encontro, os chefes de estado unirão esforços para assinar a Declaração de Belém, documento que abriga compromissos essenciais a serem adotados pelas nações envolvidas.

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