Tarcísio visa aproximação de secretários para manter base
Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP
Tarcísio visa aproximação de secretários para manter base


O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)  pretende usar emendas voluntárias para segurar a base governista na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os sustos nas votações do primeiro semestre deixaram o Palácio dos Bandeirantes em estado de alerta, mas Tarcísio prometeu reverter a situação.

Nesta semana, o governador se reuniu com lideranças das bancadas para pedir apoio e admitiu os problemas na interlocução política nos primeiros meses de mandato. Ele teria se comprometido a enviar secretários para conversar com os deputados e tentar maior aproximação.

Além da aproximação, Tarcísio quer liberar R$ 10 milhões em emendas voluntárias para cada deputado da base governista. Se somados, os valores podem atingir os R$ 600 milhões em emendas para conseguir manter a fidelidade dos parlamentares.


No encontro, o governador informou que vai liberar R$ 4 milhões nas próximas semanas e, após o empenho do valor, irá enviar os projetos que quer aprovar na Alesp no segundo semestre. Em pauta está a Reforma Administrativa, as privatizações da Sabesp e da Emae, além do remanejamento do orçamento da Educação para a Saúde.

Para conseguir aprovar os projetos, Tarcísio de Freitas precisa de ao menos 57 votos. Atualmente, o governador consegue emplacar entre 45 e 50 votos dos deputados, número que impossibilita a aprovação de projetos que alteram a Constituição Estadual.

Os problemas com a base governista ficaram evidentes na aprovação do reajuste salarial dos policiais, quando a votação foi adiada ao menos três vezes por falta de quórum. Os deputados também criticam a falta de interlocução entre a liderança e parlamentares.

Disputa no Bandeirantes incomoda

Outro ponto de crítica é a indefinição pelo responsável na articulação política pelo Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio tem dado carta-branca para o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, e deixado Gilberto Kassab (Secretaria de Governo) às moscas.

A disputa de poder no Palácio incomodou Kassab, que se sentiu desprestigiado, segundo apontam pessoas próximas ao secretário. Tanto que Gilberto e Arthur não trocam palavras nos corredores e não se cumprimentaram publicamente durante o evento que lançou uma nova fase do programa Casa Paulista.

Aos líderes, Kassab e Lima trataram de colocar panos quentes na disputa e chamaram as informações de “fofoca”. Em seguida, deram um abraço para “selar a paz” no governo estadual.

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Deputados confidenciaram à reportagem que acham difícil a relação estar apaziguada no Palácio dos Bandeirantes. Segundo eles, a ‘briga’ é um dos motivos que afetam as interlocuções e ainda há quem fique ‘perdido’ sobre com qual secretário deve conversar.

Para os parlamentares, a disputa deve continuar no segundo semestre, já que Arthur Lima é o homem de confiança do governador e, inclusive, pleiteia disputar o governo estadual em 2026. Kassab, por sua vez, quer aumentar sua interlocução com deputados estaduais, principalmente aqueles insatisfeitos com as ações de governo.

A reportagem do iG entrou em contato com a Casa Civil e com a Secretaria de Governo, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

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