O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre as ameaças contra sua vida durante um discurso em um evento na cidade de Parintins, no interior do Amazonas, nesta sexta-feira (4). Ele declarou não ter "medo de cara feia" diante das situações enfrentadas.
Na quinta (3), a Polícia Federal prendeu um fazendeiro do Pará suspeito de ameaçar o presidente Lula com uma frase ameaçadora. A prisão ocorreu em Santarém.
“Vocês vão ler a notícia hoje, vocês vão ter notícia de que a Polícia Federal prendeu um cidadão em Santarém (PA) que disse que ia me matar hoje quando eu chagasse lá. Ele está preso. Há boatos de que em Belém também tem um cidadão que diz que ia matar. Se eu tivesse medo, eu não tinha nascido. Se eu tivesse medo, eu não era presidente da República. Eu aprendi com a minha mãe a não ter medo de cara feia. Cachorro que late não morde. Portanto, vou fazer deste país um país civilizado”, relatou.
No mesmo discurso, Lula expressou suas queixas em relação ao esquema de segurança que o acompanha. Ele mencionou a impossibilidade de cumprimentar apoiadores durante o deslocamento entre o aeroporto e o local do evento. O presidente criticou a utilização de um veículo blindado com vidros escurecidos, comparando a experiência a estar "dentro de um presídio". Ele assegurou que a situação não se repetirá.
"Eu desço no aeroporto, me colocam dentro de um carro blindado, vidro fumê, tinha insufilme, eu não consigo ver ninguém e ninguém consegue me ver. Mulheres, homens e crianças na rua, fazendo uma sacrifício enorme para olhar, se conseguir enxergar a gente, e eu dentro de um carro como se estivesse dentro de um presídio. Então, eu quero pedir desculpas de coração", comentou.
"Quando a gente é candidato, normalmente a gente anda de carro aberto, com os dentes arreganhados, abanando a mão para vocês. Quando a gente ganha, coloca a gente dentro de um carro blindado, insulfilm, nem vocês veem eu, nem eu vejo vocês", concluiu.