O ministro da Defesa, José Múcio, solicitou uma investigação da Polícia Federal para esclarecer uma reunião que o hacker Walter Delgatti Netto teve com o comando da pasta durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). O objetivo do encontro, segundo o advogado Ariovaldo Moreira, que representa Delgatti Netto, foi discutir a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições do ano passado.
“O Ministério da Defesa informa que os temas noticiados na imprensa se referem à gestão anterior e estão sendo investigados pela Polícia Federal O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, acionará a Polícia Federal para verificar se há alguma providência a ser tomada pela atual gestão do Ministério”, diz a nota.
Em entrevista à GloboNews na quarta-feira (2), Moreira revelou que seu cliente participou de uma reunião no Ministério da Defesa, na qual debateram a segurança das urnas eletrônicas. Delgatti Netto teria sido responsável pela elaboração de perguntas enviadas pela pasta ao Tribunal Superior Eleitoral, questionando a segurança dos equipamentos.
Além disso, o advogado informou que Delgatti Netto recebeu dinheiro da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para fazer alguns serviços. Os pagamentos foram feitos através de depósitos em sua conta e também do seu irmão.
Entenda o caso
· Operação autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do STF, busca informações sobre documentos falsos inseridos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (CNJ).
· Foram forjados alvarás de soltura e um mandado de prisão falso, incluindo o nome do próprio Moraes.
· Walter Delgatti Neto, conhecido como "hacker da Vaza Jato", foi preso em Araraquara, SP.
· Ele já havia sido preso em 2019 por invasão do celular de autoridades e autorizado a responder em liberdade com restrições.
· Delgatti é filiado ao DEM, mas foi expulso após sua prisão em 2019.
· Ele também tem passagens anteriores pela polícia por tráfico de drogas, falsificação de documentos e uso indevido de cartão de crédito.
· Relação entre Delgatti e a deputada Carla Zambelli foi citada em fevereiro deste ano, quando ele disse estar trabalhando para ela e cuidando de suas redes sociais.
· Em junho, o MPF-DF pediu a prisão de Delgatti.
· Zambelli levou Delgatti para reuniões com Bolsonaro e o presidente do PL.
· Delgatti disse que Zambelli o financiava para cometer irregularidades, mas negou avanço em invasões a urnas eletrônicas.
· Defesa de Delgatti confirmou a prisão, enquanto a de Zambelli negou irregularidades.
O caso continua sendo investigado pelas autoridades.