Ministro da Justiça, Flávio Dino
Reprodução / CNN Brasil - 24.07.2023
Ministro da Justiça, Flávio Dino


O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), concedeu uma entrevista nesta quinta-feira (3), abordando as investigações que envolvem a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti. Dino ressaltou que a "tendência é que novos fatos apareçam" à medida que a investigação avança. Ele citou a possibilidade de "novas confissões" e destacou que novos elementos podem surgir do material apreendido pela Polícia Federal.

“Não é possível a mim antecipar resultados que ainda não ocorreram. Mas a experiência jurídica indica que, neste caso, que você tem um inquérito denso, com muitos fatos apurados, a tendência é que essas provas de avolumem, na medida em que pessoas foram presas, houve buscas e apreensões, houve possibilidade de novas confissões. Então eu creio que a tendência é que novos fatos apareçam. Não sei exatamente em que sentido, mas com certeza são apurações que vão avançar”, explicou aos jornalistas após a posse do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal.

Na quarta-feira, Walter Delgatti foi preso preventivamente e endereços de Carla Zambelli foram alvos de mandados de busca e apreensão, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ambos são investigados de tentarem invadir o sistema digital do Judiciário.

O ministro também afirmou que não pode confirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) tenha que prestar depoimento sobre o caso, mas esclareceu que as investigações são conduzidas de maneira “séria” e que serão responsabilizadas todas as pessoas que atacaram à Constituição.

“O que é importante é nós considerarmos que as investigações são sérias, são independentes, são técnicas e estão avançando em relação a todos os perpetradores de ataques contra a democracia e contra a Constituição”, completou.


Além do caso envolvendo a deputada e o hacker, Dino também abordou recentes chacinas cometidas por policiais em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.

“Quem comanda as polícias estaduais são os governadores. O que nós fazemos é enfatizar a importância de haver uma nova formação policial. Nós teremos uma nova matriz curricular nacional em relação a essa formação dos policiais, novas parcerias com os estados, visando diminuir duas anomalias que não nos interessam. De um lado, policiais sendo assassinados. Essa é uma preocupação também. Profissionais de segurança têm que estar protegidos. Por outro lado, também ocorrências graves de lesões a direitos da sociedade”, concluiu.

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