Eduardo Leite é o presidente nacional do PSDB
Guerreiro/Agência ALRS
Eduardo Leite é o presidente nacional do PSDB


O PSDB nacional emitiu uma nota nesta quarta-feira (2), negando qualquer participação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nos últimos dias, especulações sobre uma possível aproximação com a gestão petista surgiram, especialmente em meio à reforma ministerial que visa acomodar partidos do Centrão, como Republicanos e PP. Rumores indicavam que o Planalto poderia tentar atrair os tucanos, inclusive oferecendo a vice-presidência da Caixa Econômica à sigla, como mencionado pelo jornal Estado de S. Paulo.

Contudo, em comunicado oficial, o PSDB deixou claro que não fará parte do governo de forma alguma. O partido, que enfrenta uma crise recente com a diminuição de parlamentares eleitos e chefias de Executivo, tem como objetivo buscar uma terceira via nas eleições presidenciais de 2026.

Na nota, o partido enfatiza que respeita o governo Lula e mantém uma relação institucional com o Palácio do Planalto, mas reitera sua posição de oposição ao governo. Os tucanos afirmam que votarão a favor de projetos do governo petista quando considerarem benéficos para o Brasil, mas ressaltam que não se alinham nem ao petismo nem ao bolsonarismo.

A sigla comandada por Eduardo Leite divulgou uma nota para reafirmar sua oposição, mas o PT não fez nenhum convite aos tucanos para fazerem parte do governo. A prioridade de Lula é negociar com o PP, Republicanos e parte do PL.

O PSDB enfrentou perda de relevância no Congresso Nacional, elegendo apenas 13 deputados e 6 senadores. Diante disso, a legenda se empenha em reconquistar eleitores nas eleições municipais de 2024.


Confira a nota abaixo:

“O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum e sob nenhum pretexto. Respeitamos o presidente Lula. Ele é o presidente do Brasil, foi eleito pelos brasileiros, e temos — a executiva nacional, nossos governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores— o dever de ter com o atual governo uma relação institucional em defesa da população brasileira e do Brasil. Assim continuaremos. Sempre.

Queremos um Brasil melhor, sim. E atuaremos para isso como oposição consequente, que reconhece que não era mais possível continuar como estávamos, mas que também sabe que o país ainda não tem um caminho claro, seguro e sereno de futuro. O atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa. Somos diferentes, inclusive, no jeito de fazer oposição. O PT votou contra a Constituição de 1988. O PT foi contra o Plano Real. Atacaram ferozmente a lei de responsabilidade fiscal. Fizeram campanha irresponsável pelo impeachment de Fernando Henrique por mera disputa política e eleitoral. Nossa oposição, hoje, não é ao Brasil, e o presidente Lula poderá contar com o PSDB quando o melhor para o país estiver em jogo. Mas faremos isso do lugar que o povo brasileiro nos colocou na eleição passada: na oposição. E vamos apresentar propostas em 2026 para que a população brasileira tenha alternativa, para que os brasileiros não tenham de escolher entre o pior e o menos pior.

Trabalharemos para corrigir e aperfeiçoar os projetos que o governo apresentar, como foi o caso da Reforma Tributária, que só parou em pé após a atuação firme dos governadores. E não deixaremos de denunciar com afinco este governo quando for preciso, como nas estapafúrdias tentativas de se aliar a ditadores e relativizar a democracia.

O PSDB entende o desejo de um governo querer ter nossos quadros. Realmente temos políticos e gestores públicos altamente reconhecidos por sua eficiência. Mas este desejo não irá se realizar. Somos oposição. E continuaremos sendo”.

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