Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP)
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP)


O depoimento do  General Gonçalves Dias na CPI do MST, nesta terça-feira (1), foi marcada por um tumulto que teve início após uma pergunta feita pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da comissão. 

O parlamentar questionou o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a sua opinião a respeito da Ditadura Militar brasileira, que teve início em março de 1964. Salles diz que queria saber se Dias considerava o fato uma revolução ou um golpe. 

Golçalves preferiu não responder a pergunta por considerar o tema polêmico e fora do eixo principal da CPI, e pontuou que não queria "entrar nessa seara". 


"Deputado, isso não é objeto da comissão. O Exército pauta a sua conduta em cima da herarquia, disciplina e cadeia de comando, amalgamado pelos valores éticos", disse após seguir sendo questionado sobre o assunto.

A discussão durou cerca de dez minutos, tomou conta da Comissão Parlamentar e outros deputados e deputadas como Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Camila Jara (PT-MS) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) retrucaram a pergunta feita pelo relator.

Em determinado momento, Ricardo Salles disse que lhe "soa estranho" o ex-ministro do GSI não confirmar que o golpe de Estado dado em 1964 foi, na verdade, uma "boa medida" adotada pelos militares da época.

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“O Exército brasileiro sempre se orgulhou da importante medida de 31 de março de 64, porque, se não fosse o 31 de março de 64, chegaríamos mais rapidamente onde alguns querem chegar nesse momento. Me soa estranho para não dizer traição aos seus colegas de caserna o senhor não dizer que 64 foi uma boa medida”, exclamou Salles.

Ao final do tumulto, o deputado do Partido Liberal disse que o objetivo do seu questionamento era saber qual a ideologia com a qual Gonçalves Dias se enquadra.

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