Nesta segunda-feira (17), Celso Sabino (União-PA) iniciou seu trabalho como novo ministro do Turismo, após ser nomeado na última sexta-feira (14). Embora a nomeação já tenha sido oficializada, o deputado federal licenciado aguarda a realização de um evento de posse, previsto para ocorrer em agosto, quando o recesso parlamentar no Congresso chega ao fim. A intenção é garantir a presença de um grande número de convidados em Brasília.
Na terça (18), Sabino tem uma reunião agendada com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA). A entrada de Celso como ministro do Turismo representa o começo de uma reforma ministerial com o objetivo de fortalecer as relações entre o governo federal e o Congresso. Próximo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o parlamentar licenciado conta com o apoio da maioria dos 59 deputados da bancada do União.
A ex-ministra Daniela Carneiro, também deputada, foi exonerada na última sexta (14). Desde que decidiu se desligar do União, ela perdeu o apoio do partido e aguarda o parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se filiar ao Republicanos sem perder o mandato.
As negociações para a substituição no Ministério do Turismo se estenderam por semanas, e a oficialização ocorreu apenas na última quinta (13). Além do Turismo, o União Brasil comanda mais duas pastas: Integração Nacional, com Waldez Góes, e Comunicações, com Juscelino Filho. Esses ministérios são indicações do senador Davi Alcolumbre (AP).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia outras mudanças com partidos do Centrão. Novas reuniões estão previstas para acontecer em agosto, quando o Congresso volta do recesso.
PP, Republicanos e União Brasil tentam controlar os ministérios do Desenvolvimento Social e do Esporte, além de estatais.
Quem é Celso Sabino
Deputado Federal pelo Pará, Celso Sabino de Oliveira nasceu em Belém, em 29 de agosto de 1978. Sabino é ex-tucano, evangélico, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira, e esteve lado a lado com o Jair Bolsonaro (PL) durante os quatro anos de sua gestão.
Graduado em administração e direito, possui pós-graduação em Controladoria, Auditoria e Gestão Financeira e doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais. Sabino iniciou sua carreira pública apenas em 2011, aos 44 anos, quando foi eleito deputado estadual suplente em Belém, pelo antigo PR.
No ano seguinte, foi nomeado secretário estadual na Seter (Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda). Já em 2013, o paraense se filiou ao PSDB e foi eleito deputado estadual.
Nas eleições de 2018, Sabino foi eleito deputado federal pelo PSDB. Um dos principais aliados de Aécio Neves (MG) na Câmara dos Deputados, o paraense foi o relator do pedido de expulsão do mineiro em 2019, que acabou rejeitado pela Executiva da sigla.
Os conflitos no PSDB tiveram início em 2020, quando Sabino se aproximou do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Centrão. No mesmo ano, o político postou uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro — o que incomodou ainda mais os tucanos. Apesar de não explicitar o apoio ao ex-mandatário, Sabino afirmou ser "A favor do Brasil". Em 2021, ele anunciou a saída do partido.