O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta quinta-feira (13) o nome do deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) para o comando do Ministério do Turismo. Ele assumirá o lugar de Daniela Carneiro, que deixou a pasta após um pedido do União Brasil.
O parlamentar se reuniu com Lula na tarde desta quinta (13) e ouviu do petista as ações que deseja para implementar no ministério. Antes, ele tinha se encontrado com Lula apenas uma vez, em um evento no Pará.
Quem é Celso Sabino, novo ministro do Turismo
Deputado Federal pelo Pará, Celso Sabino de Oliveira (União-PA) nasceu em Belém, em 29 de agosto de 1978. Escolhido para substituir Daniela Carneiro (União-RJ) na pasta do Turismo no governo Lula, Sabino é ex-tucano, evangélico, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e esteve lado a lado com o Jair Bolsonaro (PL) durante os quatro anos de sua gestão.
Graduado em administração e direito, possui pós-graduação em Controladoria, Auditoria e Gestão Financeira e doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais. Sabino iniciou sua carreira pública apenas em 2011, aos 44 anos, quando foi eleito deputado estadual suplente em Belém, pelo antigo PR.
No ano seguinte, foi nomeado secretário estadual na Seter (Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda). Já em 2013, o paraense se filiou ao PSDB e foi eleito deputado estadual.
Nas eleições de 2018, Sabino foi eleito deputado federal pelo PSDB. Um dos principais aliados de Aécio Neves (MG) na Câmara dos Deputados, o paraense foi o relator do pedido de expulsão do mineiro em 2019, que acabou rejeitado pela Executiva da sigla.
Os conflitos no PSDB tiveram início em 2020, quando Sabino se aproximou do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Centrão. No mesmo ano, o político postou uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro — o que incomodou ainda mais os tucanos. Apesar de não explicitar o apoio ao ex-mandatário, Sabino afirmou ser "A favor do Brasil". Em 2021, ele anunciou a saída do partido.
Passado de conflito com Lula
Em 2016, o político chegou a condenar a indicação de Lula como ministro da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff. Sabino chegou a insinuar que existia uma estratégia do PT para que Lula, que estava sendo investigado pela operação Lava Jato, conseguisse garantir foro privilegiado.
"Aconteceu o que era previsto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser empossado como novo ministro da presidente Dilma, ele assume a Casa Civil. Sem ouvir o clamor das ruas, sem observar aquilo que os cidadãos e cidadãs brasileiras pedem. A chefa do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira", disse Sabino em uma publicação no Facebook, que foi apagada posteriormente.
Alinhamento com o bolsonarismo
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal demonstrou forte apoio e alinhamento ao capitão da reserva durante os quatro anos de seu governo.
Apontado como "bolsonarista" pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, marido de Daniela Carneiro, Sabino chegou a viajar com o ex-presidente e apoiar decisões de Bolsonaro durante a pandemia, como a indicação de Marcelo Queiroga a pasta da Saúde.
"Ele domina bastante, transita bem nos temas relacionados à ciência e está com muta disposição. Ministro, conte com nosso irrestrito apoio", disse Sabino em um vídeo ao lado do então ministro Marcelo Queiroga.
A relação de Sabino com Bolsonaro também foi evidenciada pelas grandes quantias do Orçamento Secreto direcionadas ao parlamentar. Sabino se beneficou de, pelo menos, R$ 27,2 milhões de verbas em 2022. No mesmo ano, o político esteve entre os 30 deputados federais que mais indicaram recursos — R$ 54,1 milhões.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.