Nesta sexta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um vídeo em que diz gostar da democracia, após receber críticas por ter afirmado que o conceito de democracia é "relativo", ao citar Venezuela. Nas redes sociais, o mandatário compartilhou outro trecho da mesma entrevista que rendeu ataques a ele nessa quinta (29), mas um em que ele afirma que "gosta da democracia".
"Eu gosto da democracia porque a democracia é que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude", disse Lula
no trecho divulgado por ele. Na legenda, o presidente
escreveu que esse foi o pedaço que "não mostraram".
O chefe do Executivo foi alvo de críticas após falar sobre as eleições gerais que vão acontecer na Venezuela em 2024, afirmando que "o conceito de democracia é relativo". Na ocasião, ele foi questionado sobre o governo não caracterizar o regime de Nicolás Maduro como uma ditadura.
"A Venezuela, ela tem mais eleições que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", disse o petista.
Na mesma entrevista, Lula se referiu ao golpe militar de 1964 como "revolução de 64". O termo era comumente utilizado por seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebia diversas críticas pela escolha de palavras ao falar sobre a ditadura militar.
"Vai ser a primeira reforma tributária votada no regime democrático. A última reforma tributária nossa foi depois da revolução de 64", disse ele, que discutia, ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, a aprovação da reforma no Congresso.
Lula e Maduro
Em maio deste ano, Lula se encontrou com Maduro no Palácio do Planalto, exaltou o presidente da Venezuela e criticou os líderes ocidentais que desaprovam o comando do venezuelano sobre o país.
À época, o petista chamou a política do país vizinho de "democracia" e mandou indiretas para o deputado Juan Guaidó, que tentou derrubar Maduro nos últimos anos. Sem citar nomes, Lula ainda criticou Bolsonaro (PL) por ter se afastado politicamente da Venezuela.
“Eu achava a coisa mais absurda do mundo para as pessoas que defendem a democracia negarem que você era presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo. E o cidadão eleito para ser deputado [Juan Guaidó] fosse reconhecido como presidente da Venezuela”, afirmou em 29 de maio.