O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) insinuou que o governo dos Estados Unidos interferiu nas eleições de 2022, quando perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante a entrevista feita para a Folha de S.Paulo na última quinta (22), o capitão da reserva também falou sobre a chance do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em torná-lo inelegível.
Na entrevista, Bolsonaro destacou a reportagem do jornal Financial Times que conta maneiras doe como o governo Joe Biden atuou para que as Forças Armadas respeitassem o processo eleitoral brasileiro, em meio às ações golpistas do ex-presidente e de aliados contra as urnas eletrônicas e ministros da Justiça Eleitoral.
O ex-presidente declarou que leu no jornal uma possível interferência indevida pelos norte-americanos na eleição presidencial do ano passado. Ele relatou que “mandou um colega” analisar o caso para poder tomar providências. “A matéria está bastante consistente, acredito que tenha fundamento", comentou.
“Governo americano, Joe Biden, estamos analisando. Matéria bastante consistente, acredito que tenha fundamento. Citando, inclusive, alguns militares e alguns civis, autoridades obviamente, que contribuíram — a palavra mais certa seria interferiram— com ações por ocasião das eleições não favoráveis a mim”, relatou.
Financial Times não diz que governo dos EUA favoreceu candidato no Brasil
Apesar da insinuação de Bolsonaro, é importante destacar que o Financial Times não afirmou na reportagem que o governo Joe Biden atuou para favorecer algum candidato na eleição do Brasil. A matéria deixa claro que o trabalho feito pelos norte-americanos foi feito para que às instituições respeitassem o resultado do pleito.
O jornal explicou que a atitude dos Estados Unidos ocorreu para impedir que Bolsonaro e aliados conseguissem dar um golpe de estado.
O Financial Times relatou que “autoridades dos EUA” afirmaram que o governo Biden agiu para “salvar a democracia do Brasil pertence aos brasileiros”.
A reportagem contou que militares americanos disseram que, caso ocorresse uma ruptura democrática em solo brasileiro, os Estados Unidos iriam “rasgar acordos com o Brasil, de treinamento a operações conjuntas".
Visão de aliados
A fala do ex-presidente pegou alguns aliados de surpresa. Na avaliação do grupo, Bolsonaro não deveria criar novas conspirações, já que vive dias tensos por conta do julgamento realizado pelo TSE que pode colocá-lo como inelegível.
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