O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques disse nesta terça-feira (20), durante depoimento à CPMI dos Atos Golpistas , negou interferência da corporação no segundo turno das eleições de 2022.
Segundo ele, os questionamentos sobre a atuação da PRF no segundo pleito são "a maior injustiça".
"A gente vai ter a possibilidade, pela primeira vez, de combater esta que foi a maior injustiça já realizada na história da Polícia Rodoviária Federal, que nos próximos dias completa 95 anos", iniciou o ex-diretor da PRF.
Vasques é investigado por supostamente tentar interferir na votação do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Ele teria reforçado as blitzes no Nordeste, no dia 30 de outubro, para dificultar que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva conseguissem votar.
"Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como", afirmou. "Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum e-mail enviado?", questionou o ex-diretor da PRF.
Silvinei tornou-se réu por improbidade administrativa em novembro do ano passado por ter pedido votos a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. No mês de dezembro, ele se aposentou com salário integral.
"A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais", argumentou o Ministério Público na época.
Segundo turno
Segundo Silvinei Vasques, a PRF estava nas ruas do dia 30 de outubro, data do segundo turno, para garantir a segurança dos eleitores.
"Nossos policiais estavam lá para garantir a segurança. Nesse dia, não foi registrado nenhum acidente grave com ônibus e vans", afirmou Vasques à CPMI.
"Se falou muito que a PRF, no segundo plano da eleição, direcionou a sua fiscalização para o Nordeste brasileiro, isso não é verdade. Não é verdade porque o Nordeste brasileiro é a região onde mais temos infraestrutura da PRF no Brasil", acrescentou o depoente do colegiado.
O ex-diretor da PRF alegou ainda que policiais inventaram situações para provocar discórdia durante as eleições. "Esses policiais que divulgaram são covardes, quebraram o juramento da instituição", disse.
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