Deputada federal Fernanda Melchionna
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Deputada federal Fernanda Melchionna


A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) afirmou nesta quinta-feira (15) que o projeto que transforma em crime a discriminação de políticos, aprovado pela Câmara, pode dificultar o combate à lavagem de dinheiro. Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, também disse que a proposta pode facilitar a corrupção.

"Na nossa opinião do PSOL, [o projeto] abre brecha para corrupção e vai dificultar o enfrentamento à lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e o controle que os órgãos públicos têm que fazer das pessoas politicamente expostas, sobretudo a esses familiares e colaboradores”, falou a parlamentar.

O projeto quer criminalizar quem discriminar indivíduos “politicamente expostos”, o que engloba deputados, senadores, ministros, prefeitos, governadores, presidente, ministros do Supremo Tribunal Federal e membros do Ministério Público.

A proposta recebeu 252 votos a favor e teve ganhou elogios do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Porém 163 deputados foram contrários. Melchionna e toda a bancada do PSOL se posicionaram contra o texto, que agora será analisado pelo Senado.

“Parentes de terceiro e quarto grau não são considerados aqui (no projeto). Hoje, as pessoas politicamente expostas e seus familiares, inclusive de 3º e 4º grau, e colaboradores, têm uma série de normas infralegais de acompanhamento de evolução patrimonial e depósitos suspeitos”, completou.

Deputada lamenta comportamento da Câmara

A deputada criticou a forma em que o documento foi discutido e a maneira em que recebeu aprovação. Na avaliação dela, a maioria dos seus colegas votou em benefício próprio.

“Foram menos de duas horas e a Câmara foi extremamente eficaz em legislar em causa própria. Não só dos deputados, mas também senadores, órgãos do executivo em todas as esferas, magistratura e alta cúpula dos poderes”, comentou.

“Na hora de garantir um privilégio para as pessoas politicamente expostas e para os políticos foi feito uma votação a toque de caixa. Foi um negócio escandaloso”, acrescentou.


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