Anderson Torres
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Anderson Torres


O delegado Leandro Almada, superintendente da Polícia Federal da Bahia no período eleitoral de 2022, disse em depoimento que Anderson Torres pediu para que o policiamento nas ruas fosse reforçado em 30 de outubro. Segundo Almada, o ex-ministro da Justiça alegou que existia uma “anormalidade” na compra de votos no estado baiano.

A PF considera Leandro uma das peças fundamentais no processo que investiga Torres e a Polícia Federal na suposta tentativa de atrapalhar a locomoção de eleitores da Bahia, local em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu cerca de 70% dos votos válidos.

Almada foi perguntado se recebeu alguma recomendação sobre os locais que deveriam ter reforço de policiamento. “Houve, sim, uma relação de cidades”, contou. Porém, ele não apresentou nenhuma prova.

No segundo turno das eleições, ocorreram muitas blitzes da PRF, principalmente nos estados nordestinos, região onde Lula tinha registrado disparidade de popularidade no primeiro turno em relação a Jair Bolsonaro (PL-RJ). Na Bahia, o petista conquistou 70% dos votos no dia 2 de outubro.

O ex-superintendente do estado relatou que houve uma “sugestão” para que a PF trabalhasse em conjunto com a PRF no segundo turno. Segundo Leandro, ele considerou a recomendação “inadequada” e decidiu por não segui-la.

Almada contou que o policiamento foi reforçado no dia da votação, porque também recebeu um pedido parecido do presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que declarou estar com medo por conta da polarização entre os então candidatos presidenciais.

Operação no 2° turno das eleições

Em 30 de outubro de 2022, data em que ocorreu o segundo turno, a Polícia Rodoviária Federal fez uma série doe operações e parou carros, motos e ônibus que tinham eleitores em todo país. Boa parte dessas blitz aconteceu em estados do Nordeste. Essas paralisações foram proibidas por Alexandre de Moraes, mas a PRF ignorou a ordem por algumas horas.

Segundo relatório do Ministério da Justiça encaminhado à Controladoria Geral da União (CGU), a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) tinha favoritismo, contra 571 no Sudeste, entre os dias 28 e 30 de outubro.


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