A senadora Damares Alves (Republicanos–DF) chocou os seus colegas nesta terça-feira (23) ao revelar que defende a separação da ilha do Marajó do Pará. Ela relatou que seu futuro na política é ser “princesa regente” depois que o local construir um principado.
“Como eu sou uma senadora barulhenta e todo mundo ouve o que essa senadora fala para criticar, quem sabe agora o Brasil entenda que a gente não pode deixar Roraima isolado, não pode! Não sou a governadora lá, por favor”, disse a bolsonarista, espantando os outros senadores.
“Sou candidata no Marajó! Eu quero dividir Marajó fazer um principado e eu quero entrar como princesa regente do Marajó”, comentou na Comissão de Desenvolvimento do Senado que debatia a situação dos Yanomami em Roraima.
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A pauta dos Yanomami é algo que preocupa Damares. Em fevereiro, o PSOL apresentou uma ação pedindo a cassação da senadora por suposto envolvimento na crise humanitária na terra indígena.
No documento, os parlamentares do partido apresentam documentos em que o MPF (Ministério Público Federal) e organismos internacionais notificaram o ministério comandado por Damares Alves sobre episódios de violência contra indígenas sem nenhuma resposta.
Para o partido, Damares realizou “práticas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar” e “utilizou a máquina pública como um instrumento para uma política etnocida e racista contra os Povos Indígenas”.
Segundo o documento da sigla, a "omissão" da ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) foi "peça fundamental" para os casos de desnutrição, malária e outras doenças que acometem os indígenas Yanomami.
Crise humanitária
O povo da Terra Indígena Yanomami, considerada a maior do Brasil, sofre grave crise humanitária e sanitária. Dezenas de adultos, crianças e idosos foram diagnosticados desnutrição grave e malária no começo do ano.
A situação precária dos indígenas se agravou muito a partir do avanço do garimpo ilegal.
Um levantamento da Hutukara Associação Yanomami aponta que o garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou 5.053 hectares da Terra Indígena Yanomami. O estudo também estima que, com a atividade irregular, 20 mil garimpeiros estejam no local.
A Terra indígena Yanomami está em emergência de saúde desde o dia 20 de janeiro, conforme decisão do governo Lula.
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