A Polícia Federal vai retomar as investigações sobre o suposto envolvimento do deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) em atos golpistas . A ordem foi dada nesta terça-feira (23) pelo ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal.
O inquérito é sobre a suspeita de apoio, incentivo e patrocínio a atos antidemocráticos no Rio Grande do Sul e em Brasília contra as urnas eletrônicas e o resultado da eleição presidencial do ano passado, que terminou na vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente da CPI do MST é investigado após um trabalho que teve início no estado gaúcho. As investigações foram paralisadas porque o Tribunal Regional Federal da Quarta Região teve o entendimento que Zucco, por ser deputado federal, possuía foro privilegiado.
Por conta disso, o tribunal enviou o processo para que o Supremo determinasse qual caminho o inquérito deveria seguir.
Moraes, responsável pela relatoria das investigações sobre atos antidemocráticos e golpistas, permitiu que a Polícia Federal verifique se existem indícios de crime na ação do deputado, que é presidente da CPI do MST.
Em 2022, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul relatou que há chance do deputado ter incentivado os atos antidemocráticos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) contra o resultado das eleições.
Os investigadores apresentaram uma foto de Zucco em um ato golpista em frente Ao Comando Militar do Sul.
A investigação relatou que, na publicação, o parlamentar pedia para que os apoiadores fossem ao local para protestar, além de dizer que era o momento de ter de volta ‘aquilo que as eleições supostamente teriam subtraído do povo’.
Em comunicado enviado à imprensa, o parlamentar declarou que não está preocupado com as investigações, negou qualquer participação em crimes e apontou possível instrumentalização política por conta da sua função na comissão que investiga o MST.
Confira a nota na íntegra do deputado Zucco
“Fiquei surpreso ao saber pela imprensa da existência da solicitação de investigação encaminhada à Polícia Federal pelo Supremo Tribunal Federal.
A notícia de fato que embasa o pedido foi feita junto ao TRF-4 baseada em postagens feitas por mim em rede social nos meses de outubro e novembro de 2022. Como fui eleito deputado federal o processo seguiu para o STF conforme determina a Constituição Federal.
Chama atenção, contudo, o sensacionalismo com que alguns veículos trataram do tema, passando a impressão de terem sido instrumentalizados para uma atuação política justamente em momento em que assumo a presidência da CPI do MST.
Trata-se de tentativa de “requentar” pauta já há muito esclarecida. Trata-se de tentativa de cercear o pleno exercício de minha atividade parlamentar, isso sim atitude daqueles que não possuem apreço pelo Estado Democrático de Direito.
Documentos e vídeos de domínio público da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul demonstram que não há qualquer indício de envolvimento meu com quaisquer atos atentatórios à democracia.
Estou tranquilo em relação à investigação e certo de que a Polícia Federal verificará que nenhum crime houve assim como já observado pela autoridade policial do Rio Grande do Sul. Informo que minha assessoria jurídica se encontra à disposição da justiça para colaborar e esclarecer quaisquer pontos que se mostrem necessários.
Por fim, seguiremos firmes na missão de buscar todos os esclarecimentos sobre a escalada de invasões de propriedades privadas no âmbito da CPI do MST, bem como exercerei o mandato parlamentar outorgado pelo povo gaúcho com vigor, coragem e técnica, dentro do que preceitua a Constituição Federal”.
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