O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que será relator da CPI do MST , afirmou neste sábado (20) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer se vingar do agronegócio . Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar disse que não usará a comissão com fins eleitorais.
Na semana passada, ministros de Lula estiveram 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo. O episódio ficou marcado negativamente entre membros do agronegócio. Na avaliação de Salles, o comportamento foi um erro por parte de pessoas que fazem parte do Palácio do Planalto.
“É um equívoco que autoridades compareçam a um evento que tem, de certa forma, pessoas envolvidas em crime. Agora, essa exposição tinha algumas coisas positivas como a produção das cooperativas e exposição de produtos que eles mesmos fazem”, opinou.
Ele também disse que a relação entre Lula e o agronegócio não é bom e colocou a culpa no petista. “O Lula pregou que iria pacificar o Brasil e agora vemos tudo, menos isso. A forma depreciativa que ele trata o agro, o apoio a invasões, a redução de financiamento do BNDES, dá o recado de que quer se vingar do setor pelo apoio dado ao ex-presidente Bolsonaro”, comentou.
Na opinião dele, o presidente precisa demonstrar que quer ter uma boa relação com o agronegócio. “Quem tem que fazer gesto de respeito e transparência é o governo”, acrescentou.
Salles nega que CPI terá fins eleitorais
O deputado é acusado pela base do governo de querer usar a CPI do MST para se promover politicamente. Salles é pré-candidato a prefeito de São Paulo em 2024 pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ex-ministro do Meio Ambiente negou que usará a comissão para fins eleitorais. “Tendo a trabalhar de forma imparcial. Já combinei com os deputados do governo que vamos ter espaço para que os líderes apresentem suas visões e versões sobre os fatos”, explicou.
“Uma coisa não tem nada a ver com outra. A questão do agro é a prioridade agora”, respondeu ao ser questionado sobre a intenção de concorrer ano que vem ao cargo de prefeito.
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