O ex-presidente Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid
Alan Santos/PR
O ex-presidente Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid

A Polícia Federal investiga um suposto desvio de dinheiro do Palácio do Planalto durante o governo Jair Bolsonaro. Para os investigadores, os valores foram retirados pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, a mando da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A PF passou a suspeitar de transações financeiras em contas de Cid no ano passado, quando a corporação abriu um inquérito para investigar o pagamento de contas pessoais de Michelle. A suspeita embasou um pedido dos investigadores para quebrar o sigilo bancário dos envolvidos.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o delegado que investiga o caso informou haver indícios de que o valor era usado para pagar cartões de crédito utilizados pela ex-primeira-dama. Um dos cartões é de Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga de Michelle e assessora parlamentar no Senado.

“A análise dos gastos realizados no cartão adicional em nome de Michelle, considerando a natureza e locais, como estabelecimentos de grande luxo, lugares de acesso complicado quanto ao grau de segurança e exposição, indicam que possivelmente foram expensas realizadas por terceira pessoa, diversa da primeira-dama”, afirma a PF.

Os investigadores ainda apontam que Cid e assessoras de Michelle Bolsonaro trocavam mensagens constantemente com orientações para os pagamentos de contas pessoais. Segundo áudios obtidos pelo UOL, a recomendação era que as dívidas fossem pagas em dinheiro vivo, para não localizar a origem das contas e dos valores.

A PF alertou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o esquema e explicou sobre as dificuldades de se obter mais informações sobre as transações sem a quebra do sigilo bancário. Moraes acatou o pedido da PF e ressaltou haver suspeitas de que assessores da presidência realizam depósitos em caixas eletrônicos e de forma fracionada para não deixas rastros.

Cid preso

A investigação avançou após a apreensão do celular e outros documentos de Mauro Cid, durante uma operação da PF que culminou em sua prisão, no último dia 3 de maio. A operação foi autorizada após indícios de falsificação do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, de sua filha Laura e assessores.

Os investigadores suspeitam que a falsificação foi motivada pela necessidade do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para entrar nos Estados Unidos, onde Bolsonaro ficou entre os últimos dias de dezembro e o fim de março.

Além de Cid, outras cinco pessoas foram presas. Entre os suspeitos estão dois seguranças que estiveram com o ex-presidente nos EUA.

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