Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira
Divulhgação/MST
Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ironizou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Câmara dos Deputados e chamou as invasões em fazendas como ‘caso superado’. As declarações foram feitas neste sábado (13), em visita a uma feita do MST em São Paulo (SP).

Teixeira disse que os deputados ‘vão encontrar coisas gravíssimas’ como a produção de ‘suco de uva sem trabalho escravo’. Ele ainda acusou a CPI de querer ‘colocar fogo’ na política e insinuou que o intuito da comissão é atacar o governo.

“Vão encontrar coisas gravíssimas. Suco de uva feito sem trabalho escravo, arroz integral, milho, soja não transgênica”, disse, em referência ao resgate de 200 trabalhadores em vinícolas no Rio Grande do Sul.  

“A CPI quer botar fogo nas relações. Se é para discutir paz no campo, não tem a ver com o MST”, completou.

A comissão foi instalada a pedido de deputados da oposição, com objetivo de investigar as invasões do MST em várias fazendas do país no mês passado. O grupo deve ser composto, em sua maioria, por parlamentares do PL, o que preocupa o governo federal.

Nos bastidores, o Palácio do Planalto se movimenta para colocar uma tropa de choque na CPI do MST para evitar um desgaste a imagem do governo logo no primeiro semestre de mandato. Entre os nomes cotados está o de Guilherme Boulos (PSOL-SP), líder do grupo e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

A estratégia é que Boulos quebre os argumentos da base de oposição e faça um embate direto com Ricardo Salles (PL-SP), também pré-candidato a prefeito da capital paulista, que será o relator da comissão.

Questionado sobre os conflitos com o MST, Teixeira chamou o caso de ‘superado’. Ele aproveitou para atacar os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro pela exclusão do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

“Ali, naquele momento, nós pedimos para que eles se retirassem das áreas da Embrapa e da Suzano. E eles se retiraram. Estabelecemos uma mesa de negociação em torno das áreas da Suzano. Estão superados esses problemas e bola para frente”, disse.

“Os dois governos passados, de Michel Temer e Jair Bolsonaro, extinguiram o MDA. Com a extinção, a remontagem tomou tempo. Além disso, eles não desapropriaram um centímetro de terra para reforma agrária. Isso gerou um represamento imenso, com pessoas morando em acampamentos em beira de estrada no Brasil inteiro”, completou Paulo Teixeira.

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