Anderson Torres
redacao@odia.com.br (Agência Brasil)
Anderson Torres


Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (8) e disse que nunca interferiu nos planos operacionais da Polícia Rodoviária Federal nas eleições presidenciais do ano passado. Ele relatou que seu principal objetivo era apenas combater crimes eleitorais sem qualquer perseguição ou privilégio a candidato ou partido.

Os detalhes do depoimento foram repassados pela defesa de Torres. O depoimento durou cerca de duas horas. A Justiça investiga a atuação da PRF nas eleições de 2022. Há suspeita que o órgão tenha tomado ações para dificultar a presença de eleitores nas urnas, principalmente no Nordeste, região em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui a maioria do eleitorado.

Policiais federais também investigam uma viagem do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro à Bahia. Ele foi ao estado às vésperas do segundo turno, quando o ex-presidente disputava a reeleição contra Lula.

Os advogados do ex-ministro disseram que ele apenas foi para a Bahia porque atendeu a um pedido do diretor-geral da instituição, Márcio Nunes. Segundo a defesa, Torres visitou a obra da Superintendência no estado e não falou sobre o planejamento da PF para as eleições, negando ter ordenado que a PF baiana atuasse junto com a PRF na fiscalização de rodovias.

"O depoimento ocorreu dentro da normalidade. Anderson Torres compareceu à sede da Polícia Federal, abriu mão de seu direito constitucional ao silêncio e respondeu todos os questionamentos formulados", destacou Eumar Novacki, advogado de Torres, em comunicado obtido pelo jornal O Globo.

Torres e o depoimento

Torres deixou o Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF para se apresentar à PF, prisão onde está detido desde 14 de janeiro por suposta omissão nos atos golpistas que ocorreram dia 8 daquele mês.

O depoimento de Anderson Torres deveria ter acorrido em 24 de abril, no entanto, foi adiado, após a defesa do ex-ministro alegar uma "piora" no estado de saúde dele.

Após determinar a nova data, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que Torres foi "devidamente avaliado por profissional médico, que atestou que as medicações do preso foram ajustadas", e que ele "tem tido acompanhamento médico frequente".


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