O The New York Times , jornal dos Estados Unidos , disse em reportagem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 'por vezes pareceu chorar' quando negou a fraude no cartão de vacinação contra a Covid-19 . O ex-mandatário foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na última quarta-feira (3) .
"Após a batida em sua casa, o normalmente impetuoso Sr. Bolsonaro parecia solene enquanto falava em um programa de televisão de direita. 'Durante minhas visitas aos EUA, em nenhum momento foi necessário um cartão de vacinação', disse ele. 'Portanto, não houve fraude da minha parte', ressaltou a reportagem do NYT.
Segundo o jornal, "os cartões de vacina falsificados podem ter permitido que Bolsonaro e seus assessores contornassem as restrições de viagem aos Estados Unidos impostas no auge da pandemia de coronavírus, disseram os investigadores".
A reportagem mencionou ainda que Bolsonaro é "um crítico ferrenho das vacinas contra a Covid". "Sua situação de vacinação se tornou uma polêmica tão grande que, em 2021, o Congresso colocou um selo de sigilo de um século nos registros de vacinação de Bolsonaro", disse o jornal.
Entenda o caso
A corporação cumpriu ontem (3) 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, no Rio de Janeiro e em Brasília. Todas as prisões já foram realizadas até as 7h.
A operação intitulada de Venire foi deflagrada no inquérito das milícias digitais do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.
A PF chegou na residência onde o ex-presidente mora, em Brasília, por volta das 7h30 da manhã de ontem. Os agentes apreenderam ainda o celular do ex-mandatário e da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro .
O objetivo da operação é investigar um grupo que teria fraudado vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", afirma a Polícia Federal.
Bolsonaro nega fraude
Segundo o ex-presidente, ele e a filha Laura, de 12 anos, não tiveram o cartão de vacinação alterados .
"Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final, nunca neguei isso", disse Bolsonaro.
"O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso", completou Bolsonaro.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.