O presidente da Câmara , Arthur Lira (PP-AL), tem articulado nos bastidores para que Ricardo Salles seja o relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O objetivo do chefe da Casa é fazer com que o PL fique menos insatisfeito por ficar sem o comando da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Ato Terrorista de 8 de janeiro .
Já a presidência da CPI deverá ficar nas mãos do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). Ele foi o autor do requerimento para que a comissão fosse criada. Tanto Zucco quanto Salles iniciaram o trabalho de assinaturas para o documento sair do papel.
Apesar do desejo de Lira, a bancada ruralista, a mais interessada para que a CPI seja aberta, ainda tem debatido os nomes para fazerem parte do colegiado. Salles é visto com bons olhos para ser o relator e a tendência é que o grupo o aceite na função, segundo o jornal O Globo.
Desejo é incomodar Lula
A oposição na Câmara traçou um plano para incomodar e atrapalhar o governo do presidente Lula (PT). O MST tem forte ligação com o PT, tanto que João Pedro Stédile, líder dos sem-terra, viajou com o chefe do Executivo federal para a China no começo de abril.
Por conta disso, a bancada ruralista pedirá a quebra de sigilo bancário das principais lideranças do movimento e buscará informações sobre o fluxo de recursos do MST.
A guerra contra o movimento cresceu depois que o MST realizou ocupações no Abril Vermelho, período em que o grupo faz reivindicações em defesa da reforma agrária. No dia 10, por exemplo, os sem-terra ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Maceió, exigindo a demissão de Wilson César de Lira Santos, primo de Arthur Lira, do cargo de superintendente regional da instituição.
O ato criou um clima ruim com o governo Lula, mas o Planalto atendeu aos pedidos do MST, trocando sete superintendentes regionais do Incra neste mês.
A decisão de colocar um deputado no PL como relator ocorre para abafar uma crise entre Lira e o partido. A sigla desejava ficar com o comando da CPMI do Ato Terrorista de 8 de janeiro, mas a tendência é que o presidente da Câmara entregue o relatório para um aliado seu.
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