A Polícia Federal adiou o depoimento do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres , sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022. O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal seria ouvido pela PF nesta segunda-feira (24), às 14h. As informações são da GloboNews .
O depoimento foi adiado após um pedido da defesa de Torres, que alegou que o "estado emocional e cognitivo" do ex-ministro sofreu uma "drástica piora", após a decisão de mantê-lo em cárcere privado, dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal ainda não definiu uma nova data para que o ex-ministro deponha sobre o caso.
O depoimento foi pedido por Moraes na última quinta-feira (20), após uma solicitação da própria PF .
Torres está preso desde 14 de janeiro deste ano, após os atos antidemocráticos registrados nos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 daquele mês. O ex-ministro foi acusado de suposta omissão durante as manifestações, já que, à época, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
No último dia 17, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou STF que a prisão de Torres seja revogada. O órgão indicou para a Corte que ele cumpra medidas cautelares. Moraes, no entanto, determinou que ele continue preso.
O ministro alegou que a prisão continuará porque foram descobertos novos indícios de envolvimento de Torres em tentativas de dificultar a votação em regiões na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era favorito no segundo turno das eleições do ano passado.
Em 30 de outubro de 2022, data em que ocorreu o segundo turno, a Polícia Rodoviária Federal fez uma série doe operações e parou carros, motos e ônibus que tinham eleitores em todo país. Boa parte dessas blitz aconteceu em estados do Nordeste. Essas paralisações foram proibidas por Alexandre de Moraes, mas a PRF ignorou a ordem por algumas horas.
As investigações sobre a atuação da PRF durante o 2º turno das eleições foram retomadas na última semana. A corporação fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde o candidato Lula era favorito, contra 571 no Sudeste, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2022, vésperas e dia do 2º turno das eleições.
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