Defesa pede à PF adiamento do depoimento de Anderson Torres

O ex-ministro da Justiça seria ouvido hoje, às 14h, pela Polícia Federal

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro
Foto: redacao@odia.com.br (IG)
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro

Os advogados do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres , pediu à Polícia Federal para adiar o depoimento previsto para ocorrer às 14h desta segunda-feira. Ele está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Distrito Federal, há exatamente 100 dias .

Em depoimento, Torres terá de responder sobre os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal ( PRF ) no Nordeste no dia 30 de outubro, data do segundo turno das eleições.

A defesa alega que o "estado emocional e cognitivo" do ex-ministro sofreu uma "drástica piora", após a decisão de mantê-lo em cárcere privado, dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teve piora do estado psíquico e geral nos últimos dias, segundo o médio que o acompanha na prisão.

No documento enviado à PF, os advogados de Torres mostram um atestado, gerado por uma psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF, dizendo que o ex-secretário está impossibilitado de "comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas durante uma semana”.

Anderson Torres passou por uma avaliação psicológica no último domingo (23) . O médico que acompanha o caso disse à coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, que “houve piora significativa do estado geral do paciente, com perda de peso, mais ou menos dez quilos, aumento da frequência e intensidade das crises de ansiedade seguidas de crises de choro e nervosismo intenso acompanhada de preocupação intensa em relação às suas filhas menores".

O profissional de saúde afirma ter feito "várias intervenções e ajustes de medicamentos com o intuito de reduzir consequências deletérias das crises (como risco de suicídio)”, mas diz que “houve resposta insatisfatória terapêutica aquém do esperado”.

O médico diz que os sintomas de Torres são: “sensação de desconforto e angústia física, pressão na cabeça associada a sintomas psíquicos como nervosismo, pensamentos ruins” e “episódios de medo de insegurança relacionada a familiares”.

Prisão mantida

No dia 20 de abril, a defesa pediu ao ministro Alexandre de Moraes a revogação da prisão preventiva do ex-secretário, apontando o laudo médico que indicava o quadro depressivo e a "possibilidade de suicídio". 

Moraes negou e determinou que ele continuasse preso . O ministro alegou que a prisão continuará porque foram descobertos novos indícios de envolvimento de Torres em tentativas de dificultar a votação em regiões na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era favorito no segundo turno das eleições do ano passado.


Em 30 de outubro de 2022, data em que ocorreu o 2° turno, a Polícia Rodoviária Federal fez uma série doe operações e parou carros, motos e ônibus que tinham eleitores em todo país. Boa parte dessas blitz aconteceu em estados do Nordeste. Essas paralisações foram proibidas por Alexandre de Moraes, mas a PRF ignorou a ordem por algumas horas.

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