A Justiça Federal do Paraná afirmou na última sexta-feira (24), que a retirada do sigilo das investigações sobre o plano de uma facção contra o senador Sergio Moro (União-PR) e outras autoridades foi solicitada pelo delegado da Polícia Federal responsável pelo caso. O esclarecimento foi dado após críticas a juíza federal Gabriela Hardt, que deixou parte das apurações públicas a pedido da PF .
“A retirada do sigilo do processo foi um pedido do delegado que conduz as investigações protocolado nos autos às 14 horas de ontem (23 de março). Contudo, por cautela, a juíza federal designada para atuar no caso, entendeu melhor manter o nível de sigilo 1, por segurança dos investigados e vítimas, autorizando a divulgação apenas das representações policiais e das decisões que autorizaram as prisões e as buscas, bem como o termo de audiência de custódia”, afirmou a Justiça Federal do Paraná através de nota.
O delegado pediu o levantamento total do sigilo da investigação que ele conduziu contra a facção que planejava matar Sergio Moro. A juíza, no entanto, liberou somente alguns documentos para não comprometer as vítimas e investigados do caso.
Hardt deixou público as representações policiais e as decisões que autorizaram as prisões e as buscas, mantendo o "nível de sigilo 1".
Segundo os investigadores, o plano da facção criminosa foi delatado ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo) no início de março por um ex-integrante do grupo.
O relatório, agora público, mostra que as ações contra as autoridades começaram em setembro do ano passado, durante época de campanha eleitoral.
Críticas à retirada de sigilo
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta , criticou a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba por retirar o sigilo da investigação. Ele assumiu que a decisão tenha partido da magistrada e não da PF.
Nas redes sociais, Pimenta questionou qual seria o benefício da suspensão do sigilo e disse que a decisão de Hardt pode complicar as investigações da Polícia Federal.
"Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação, ajuda no que? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?", questionou o ministro.
“Gabriela Hardt acaba expondo as investigações e, consequentemente, atrapalhando-as, já que as apurações seguem em curso e tratam de um tema sensível, que é o das organizações criminosas. Seu objetivo foi ajudar a PF?”, continuou Pimenta.
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