Senador Sergio Moro rebateu fala de Lula sobre grupo criminoso que mirava atacar o ex-juiz
Montagem iG / Imagens: Lula Marques/ Agência Brasil
Senador Sergio Moro rebateu fala de Lula sobre grupo criminoso que mirava atacar o ex-juiz

Na tarde desta quinta-feira (23), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que o plano do grupo criminoso alvo da Polícia Federal de matar o senador Sergio Moro (União Brasil) pode ter sido uma armação do ex-juiz , Moro perguntou se o mandatário "não tem decência" ou "vergonha". O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro afirmou que o mandatário riu de sua família e mentiu à população brasileira.

“Então quero perguntar ao senhor presidente da República: o senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo? O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”, questionou Moro, em entrevista à CNN Brasil .

"Não posso admitir que o presidente da República, o maior magistrado do país, trate um assunto dessa severidade e dessa gravidade dando risada e mentindo à população brasileira, sugerindo que poderia ser, de alguma forma, uma armação feita da minha parte", continuou.

Mais cedo, Lula disse que o  plano do grupo criminoso que planejava o homicídio do senador Sergio Moro pode ser uma "armação" do ex-ministro da Justiça .

"Eu acho que é mais uma armação do Moro. Quero ser cauteloso, é visível que é uma armação do Moro. Vou pesquisar, vou saber", afirmou Lula. "Fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Eu vou pesquisar e saber o porquê da sentença."

"Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas, e se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está mentindo", continuou.

A fala do petista teve grande repercussão e despertou reações da ala bolsonarista. O  deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que Lula precisa de um "exame de sanidade".

"Inacreditável! Então para o perseguidor oficial da república a PF deflagrou uma operação com 120 agentes para cumprir dezenas de mandados e tudo isso à toa. Lula já não consegue discernir entre o que é realidade e o que é a sua narrativa inventada. Exame de sanidade cairia bem", escreveu o parlamentar na sua conta oficial do Twitter .

Operação da PF

Polícia Federal deflagrou na manhã dessa quarta-feira (22) a Operação Sequaz, que investiga um grupo suspeito de planejar matar e sequestrar autoridades e servidores públicos , segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Após a divulgação da ação policial, o  senador Sergio Moro afirmou, por meio de sua assessoria, que era um dos alvos dos criminosos .

Os agentes cumpriram 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo, Paraná, Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

Até a manhã de ontem, nove pessoas haviam sido presas. Oito tiveram o nome divulgado:

  • Janeferson Aparecido Mariano;
  • Patrick Uelinton Salomão;
  • Valter Lima Nascimento;
  • Reginaldo Oliveira de Sousa;
  • Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan;
  • Claudinei Gomes Carias;
  • Herick da Silva Soares;
  • Franklin da Silva Correa.

Depois da repercussão, Moro protocolou um projeto de lei para ampliar a proteção de autoridades que investigam o crime organizado.

Além de Moro,  o promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya também foi apontado como alvo do grupo. Ambos atuaram nas transferências de chefes de facções, como Marcos Camacho, o Marcola, para presídios federais.

Segundo a PF , os criminosos planejavam um atentado contra servidores e agentes públicos em cinco estados: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

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