Deltan Dallagnol criticou falas de Lula contra Moro e acionou
Tomaz Silva/Agência Brasil - 07/05/2018
Deltan Dallagnol criticou falas de Lula contra Moro e acionou "Ministério da Verdade" da AGU

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) acionou nesta quinta-feira (23) a Advocacia-Geral da União (AGU) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o deputado, Lula atacou as instituições democráticas e cometeu crime de responsabilidade ao dizer que o planejamento de  ataques contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) seria uma “armação” do ex-juiz.

Dallagnol acionou o departamento conhecido como “Ministério da Verdade” que tem objetivo de reduzir notícias falsas. Grupo conta com membros da AGU e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM).

“Lula disse que a investigação do atentado do PCC contra Sérgio Moro é uma 'armação do Moro', atacando as instituições e agindo de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo, o que configura crime de responsabilidade”, disse o parlamentar.

“Lula está defendendo o PCC, como 'vítima de uma armação', contra os agentes da lei. Está negando o vínculo criminoso dos 9 presos, o imóvel alugado para monitorar a família, o mapeamento dos deslocamentos, o dinheiro e carro apreendidos e mais, como negava as provas da Lava Jato”, completou.

Mais cedo,  Lula ironizou os possíveis ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra Moro e disse ser mais uma “armação” do ex-juiz. Para Lula, é visível que o senador se colocou como vítima, mas afirmou que não quer "ficar atacando ninguém sem ter provas".

"Eu acho que é mais uma armação do Moro. Quero ser cauteloso, é visível que é uma armação do Moro. Vou pesquisar, vou saber", disse.

O senador rebateu as declarações do petista e responsabilizou o presidente por qualquer atentado que acontecer contra sua família.

“Então quero perguntar ao senhor presidente da República: o senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo? O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”, questionou Moro, em entrevista à CNN Brasil.

Entenda o caso

Na quarta-feira (23), a Polícia Federal prendeu nove suspeitos de arquitetarem sequestros e mortes de autoridades. Além de Moro, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o procurador Lincoln Gakiya, responsável por investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) há pelo menos 18 anos.

O deputado federal Coronel Telhada (PL-SP), o ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes, e o diretor de presídios do estado Roberto Medina também seriam alvos dos criminosos.

Segundo à PF, os ataques seriam uma resposta a decisão de Moro, quando era ministro da Justiça e Segurança Pública, em transferir o chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, para um presídio federal. Na época, os suspeitos arquitetavam a fuga de Marcola do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

A Operação Sequaz, expediu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Sete mandados são de prisão preventiva (três em Sumaré), e quatro mandados de prisão temporária (entre eles, um no Guarujá e outro em Presidente Prudente).

Segundo a corporação, duas pessoas ainda continuam foragidas. Até a manhã de ontem, oito suspeitos tiveram os nomes divulgados:

  • Janeferson Aparecido Mariano;
  • Patrik Uelinton Salomão;
  • Valter Lima Nascimento;
  • Reginaldo Oliveira de Sousa;
  • Herick da Silva Soares;
  • Franklin da Silva Correa.
  • Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan;
  • Claudinei Gomes Carias;

Entre os presos ontem está o Forjado (Patrik Uelinton Salomão), um dos líderes do PCC, que deixou a penitenciária federal de Brasília, em fevereiro do ano passado, após cumprir pena.  Segundo o MP-SP, ele está abaixo apenas da liderança máxima da organização. Foi condenado a um total de 15 anos e 10 meses de prisão e sairia apenas 14 de setembro deste ano, mas a pena foi reduzida.

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