Moraes nega pedido da defesa e mantém prisão de Anderson Torres

Ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal está preso desde janeiro, suspeito de ter facilitado os ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília

Alexandre de Moraes manteve prisão de Anderson Torres
Foto: Reprodução: TSE
Alexandre de Moraes manteve prisão de Anderson Torres

Nesta terça-feira (1º), o  ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou um recurso da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e manteve a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal .

Torres é suspeito de ter facilitado os atos golpistas . Até o fim de 2022, ele era ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-secretário está preso desde 14 de janeiro devido aos ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília .

Em 10 de janeiro, a Polícia Federal pediu a prisão de Torres e Moraes acolheu a solicitação.

Ao requerer a liberdade do ex-secretário, os advogados argumentaram que não há elementos que liguem Torres aos atos de vandalismo em Brasília . O ministro do STF, porém, escreveu que continuam os motivos que o levaram à prisão e que as investigações feitas até agora mostram que Torres foi, no mínimo, omisso no dia do episódio.

"Conforme destacado pela procuradoria-geral da República, os elementos de prova até o momento coligidos aos autos indicam que Anderson Gustavo Torres descumprido, no mínimo mediante omissão, os deveres do cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal", disse Moraes .

Na decisão, o ministro também lembrou da minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres . O rascunho tinha o objetivo de alterar o  resultado das eleições de 2022, a qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. 

Em depoimento à PF, Torres afirmou que o documento era "descartável" e ressaltou não haver "viabilidade jurídica" na proposta.

"No que diz respeito especificamente à 'minuta de decreto', a Procuradoria-Geral da República ressaltou a probabilidade de que, em liberdade, Anderson Gustavo Torres coloque em risco o prosseguimento das investigações, a colheita de provas e, por conseguinte, a persecução penal", acrescentou Moraes.

Ataques em Brasília

Na ocasião,  vândalos invadiram o Congresso Nacional, o Planalto e o STF . Instalações foram quebradas, câmeras de segurança arrancadas e destruídas e a fiação foi exposta.

Os invasores destruíram, inclusive,  parte importante do acervo artístico e arquitetônico ali reunido e que "representa um capítulo importante da história nacional" , conforme nota emitida hoje pelo Palácio do Planalto.

*Em atualização