O depoimento para a CPI dos Atos Antidemocráticos do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi aprovado nesta quarta-feira (15), cerca de um mês após o pedido de prisão preventiva feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Comissão Parlamentar de Inquérito foi aberta pela Câmara Distrital do Distrito Federal.
Foi decretada também a quebra de sigilos bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos de Torres. As mesmas medidas foram aplicadas ao suspeito de quebrar um relógio trazido por Dom João VI em 1808 para o Brasil, Antônio Cláudio Alves. O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT-DF), disse que as solicitações de quebras de sigilos foram enviadas, mas que o depoimento de Torres segue sem data.
As investigações visam entender a ida do ex-secretário para os Estados Unidos, mais especificamente na cidade em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontra, na época dos atos. Para Vigilante, Torres não compareceria de forma espontânea. "Estamos convocando ele para depor, pela primeira vez, mas talvez a gente não vá se limitar a um único convite."
O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) está detido desde o dia 14 de janeiro deste ano. A determinação da sua detenção foi feita no dia 10 de janeiro, pelo ministro Alexandre de Moraes.
A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha ajudado a ação dos terroristas bolsonaristas. Ele nega. A Advocacia-Geral da União (AGU), por exemplo, pediu a prisão de Anderson Torres por omissão na repressão aos ataques.
Outro ponto ressaltado foi a "minuta do golpe", documento encontrado na casa de Torres que previa colocar estado de sítio na do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que poderia mudar o resultado da eleição. O texto não foi publicado.