A Polícia Federal enviou nesta quarta-feira (22) um relatório para o ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal , sobre um suposto esquema em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras , envolvendo o senador Renan Calheiros . Segundo o órgão, não há nenhuma prova de que o parlamentar tenha recebido propina no episódio.
O inquérito investigou possíveis irregularidades envolvendo o Estaleiro Rio Tietê. Calheiros é investigado por suposto crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“Após analisadas as provas materiais e ouvidos os supostos envolvidos, não se observou a existência de elementos que pudessem corroborar a hipótese criminal objeto da presente investigação”, disse a delegada Lorena Lima Nascimento.
“Os colaboradores ouvidos apresentaram versões, em parte, concordantes com os fatos, mas não foram aptas a trazerem aos autos ou a produzirem a partir delas, elementos de prova capazes de corroborá-las”, acrescentou.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), de 2008 a 2010, o senador teria pedido propina para o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, copmo doações eleitorais para aliados políticos.
O valor da suposta propina teria sido de R$ 150 mil. O dinheiro teria sido pago pela empresa NM Serviços para o Diretório Estadual do MDB em Alagoas, em setembro de 2010.
“Em que pese a existência de versões convergentes dos colaboradores de que os pagamentos espúrios solicitados por SERGIO MACHADO tinham como destinatários, dentre outros políticos, o Senador Renan Calheiros, não se chegou a um liame direto de sua participação na cadeia de pagamentos espúrios”, argumentou a delegada, no relatório.
“Ouvidos nos autos outros colaboradores –José Sergio de Oliveira Machado, Paulo Roberto Costa, Suiz Fernando Nave Maramaldo e Felipe Rocha Parente, nenhum deles trouxe para as investigações elementos de prova que ultrapassassem as suas respectivas versões, com vistas a corroborar o suposto esquema de corrupção que teria como destinatário o parlamentar José Renan Vasconcelos Calheiros”, relatou.
“O rastreamento do caminho do dinheiro em espécie pereceu no tempo, tanto em razão do longo lapso temporal, como em razão de não se vislumbrar um liame direto de que os valores entregues supostamente por Wilson Quintella Filho, ou por terceiros designados sob as orientações de Sergio Machado, tinham como destinatário final o parlamentar investigado”, completou.
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