Bolsonaro não visitou o sul da Bahia
Cristiano Mariz / Agência O Globo
Bolsonaro não visitou o sul da Bahia


Na virada de 2021 para 2022, fortes chuvas atingiram o sul da Bahia e o então presidente Jair Bolsonaro não interrompeu suas férias para visitar a região. À época, o ex-governante do país foi muito criticado por opositores e parte do eleitorado. A postura dele foi completamente diferente em relação ao atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no episódio da tempestade que afetou o litoral norte de São Paulo no último fim de semana.

Há mais de um ano, Bolsonaro decidiu passar o réveillon em Santa Catarina e, consequentemente, aproveitar um período de férias no estado. Ele levou a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a filha do casal, Laura Bolsonaro, para passar um tempo na região.

Só que fortes chuvas atingiram a Bahia e 27 pessoas morreram no período, enquanto mais de 500 ficaram feridas. A expectativa era que Bolsonaro parasse o seu descanso para ver de perto os estragos causados pela tempestade e prestasse solidariedade às famílias das vítimas.

No entanto, o comportamento foi totalmente diferente. Após passear de jet ski em uma praia, ele foi cercado por apoiadores e perguntado sobre a enchente no estado baiano. Com um sorriso no rosto, respondeu de forma direta: “Espero não ter que retornar antes”.

Bolsonaro não compareceu ao local e justificou que não tinha necessidade, já que seus ministros foram enviados para a região. Ele também recusou a ajuda da Argentina para atender os desabrigados, porque o presidente argentino, Alberto Fernández, possui ligação ideológica com Lula.

O então presidente da República tratou a situação como uma discussão política e acusou opositores de usarem o tema de maneira oportunista. Na ocasião, o governador da Bahia era Rui Costa, e pesquisas eleitorais para Presidência da República apontavam larga vantagem de Lula.

Lula fez o oposto em São Paulo

O comportamento de Lula foi completamente diferente no litoral de São Paulo. O presidente, que foi menos votado na região do que Bolsonaro em 2022, interrompeu sua folga de Carnaval –  ele estava na Base Naval de Aratu, na Bahia – e visitou a cidade de São Sebastião.

O governante se encontrou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com o prefeito Felipe Augusto (PSDB) para criar um plano de ações em que os governos federal, estadual e municipais possam fazer em conjunto.

"Eu queria mostrar pra vocês uma cena que vocês não viam no Brasil: um governador, um presidente e um prefeito, sentados na mesa, em função de uma coisa comum que atinge a todos nós",  comentou Lula.

Vítimas

São 36 mortes em decorrência das chuvas no litoral norte paulista. Somente em São Sebastião, 35 pessoas morreram após temporais devastarem a cidade. Em Ubatuba, há uma vítima. A última atualização é da noite desse domingo (19).

Segundo dados do governo de São Paulo, mais de 550 pessoas tiveram que deixar as casas em que vivem no litoral após as tempestades. Até as 19h de ontem, foram contabilizadas 228 desalojados, que se deslocaram para casas de parentes, e 338 desabrigados, que foram encaminhados a abrigos públicos.

Para ajudar as pessoas que foram afetadas pelos estragos da chuva, prefeituras e Organizações Não-Governamentais (ONGs) estão arrecadando doações  em dinheiro ou itens básicos.

Veja como ajudar:

Para quem mora na região, a Prefeitura de São Sebastião está arrecadando itens pessoalmente.

O que doar?

- Água potável;

- Alimentos não perecíveis;

- Materiais de limpeza;

- Água sanitária;

- Roupas;

- Calçados;

- Itens de higiene pessoal;

- Roupas de cama;

- Fraldas infantis e adultas;

- Colchões;

- Móveis;

- Eletrodomésticos;

- Ração para pets.

Para saber mais detalhes,  clique no link aqui.


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