Lula pressionou reeleição de Gleisi Hoffmann para não dividir o partido no primeiro ano de mandato
Divulgação: Ricardo Stuckert - 01/12/2022
Lula pressionou reeleição de Gleisi Hoffmann para não dividir o partido no primeiro ano de mandato

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) se manterá na presidência do PT até 2025, decidiu a cúpula do partido em uma reunião realizada na tarde desta segunda-feira (13). O encontro também confirmou a manutenção das direções nacional e estaduais da legenda.

Gleisi foi reeleita para o cargo com aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pressionou seus pares para mantê-la no comando do partido. Na visão de Lula, a deputada tem boa interlocução, foi decisiva em momentos complicados da legenda e consegue segurar a imagem do governo em caso de erros.

Lula ainda avaliou que não seria bom para o Planalto uma disputa interna para o comando do partido logo no primeiro ano de mandato.

Gleisi Hoffmann comanda o Partido dos Trabalhadores desde 2017, quando substituiu o também deputado federal Rui Falcão (SP). De lá para cá, a presidente do partido sustentou a legenda durante a prisão de Lula e a derrota de Fernando Haddad na campanha de 2018.

Internamente, Gleisi também é vista como uma das lideranças de oposição do governo de Jair Bolsonaro e está entre as principais responsáveis pela eleição de Lula no pleito de 2022.

Missão de Lula

Embora saiba que não ocupará cargos no Palácio do Planalto até o fim do seu mandato na legenda, Gleisi Hoffmann terá papel de destaque no governo Lula. Ela será a responsável por manter uma base governista sólida no Congresso Nacional.

O chefe do Planalto quer usar o poder de interlocução de Gleisi para segurar partidos, como União Brasil e MDB, no governo. A ajuda das legendas pode garantir maioria na Câmara e Senado, mas há preocupação na cúpula petista sobre a divisão dos partidos.

A deputada ainda deverá ser responsável por negociar, nos bastidores, o apoio do PL às pautas do Planalto. Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a legenda começa a apresentar divisões, com os pares mais ligados ao Centrão pressionando Valdemar Costa Neto para aderir à base petista em troca de cargos. Costa Neto, porém, esbarra nas pretensões bolsonarista e o sucesso eleitoral de aliados de Bolsonaro nas eleições passadas.

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