O ministro da Defesa , José Múcio Monteiro , afirmou nesta sexta-feira (20) que as Forças Armadas não tiveram envolvimento "direto" nos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília .
Os ataques na Esplanada deixaram um rastro de destruição ao vandalizarem o patrimônio público, artístico, histórico e arquitetônico brasileiro. Com uma invasão planejada há semanas por meio das redes sociais, grupos incitavam um golpe de Estado no país através da ocupação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Múcio disse ainda que concorda com a punição dos militares que participaram das invasões.
"Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar providências. Evidentemente, no calor da emoção, a gente precisa ter cuidado para que as acusações sejam justas, para que as penas sejam justas. Tudo será providenciado em seu tempo. Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve sua participação, ele vai responder como cidadão", afirmou o ministro.
O chefe da Defesa afirmou também que não haverá outros atos como o do dia 8 foi as Forças Armadas estarão preparadas. “Não tem a menor dúvida de que outro daquele [ataque] não vai acontecer, até porque as Forças Armadas irão se antecipar”.
Reunião com Lula
Nesta sexta-feira (20), às 10h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , se encontrou no Palácio do Planalto com os comandantes do Exército, general Júlio Cesar Arruda; da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. Os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa.
Este foi o segundo encontro de Lula com os comandantes das forças após a invasão na sede dos Três Poderes. A primeira conversa ocorreu no dia 9 de janeiro, quando Lula demonstrou indignação com a conduta dos militares durante os ataques.
'Erro' nos serviços de inteligência
Durante entrevista concedida a Globonews na última quarta-feira (18), Lula disse que não existiram serviços de inteligência do governo , pois ele não foi alertado sobre a possibilidade dos ataques golpistas.
"A minha inteligência não existiu. Eu saí daqui na sexta achando que estava tudo tranquilo", começou dizendo o presidente, que estava em Araraquara, interior de São Paulo, quando soube que a Praça dos Três Poderes havia sido invadida por golpistas.
"Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse na sexta-feira que viriam oito mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo", afirmou Lula.
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