A empresa responsável por gerir o dinheiro dos alunos da 106ª turma da Faculdade de Medicina da USP arrecadado para a festa de formatura vai se reunir com o Procon-SP na próxima segunda-feira (23). O encontro tem o objetivo de fazer com que a "Ás Formaturas" preste esclarecimentos ao órgão de defesa do consumidor sobre o caso do desaparecimento dos quase R$ 1 milhão da comissão .
Na noite dessa quinta-feira (19), a aluna Alicia Dudy Muller, de 25 anos, confessou o golpe à polícia . A delegada Zuleika Gonzalez disse que a jovem entendia que os valores que estavam sendo pagos à "Ás Formaturas" não eram bem administrados pela empresa. Ela também usou parte do dinheiro para benefício próprio .
De acordo com a investigação, Alicia fez nove saques de contas da empresa. O Procon , agora, quer entender qual foi a relação jurídica da companhia com cada um dos formandos e qual instrumento jurídico autorizava essa transferência do valor arrecadado pela turma para as contas da estudante.
A "Ás Formaturas" já encaminhou ao órgão as primeiras explicações. As respostas, porém, foram consideradas "genéricas" e "não especificaram os questionamentos feitos", afirmou o Procon.
Segundo o órgão, "caso a Ás Formaturas não tenha zelado pelo patrimônio dos consumidores, ou seja, não tenha feito a guarda dos valores de modo adequado, ela poderá responder a processo administrativo".
Jovem confessou o desvio
Alicia Dudy Muller Veiga prestou depoimento à Polícia Civil nessa quinta e confessou ter desviado o dinheiro , sendo indiciada por apropriação indébita. A estudante vai responder em liberdade, mas há chance de ela ser alvo de um pedido de prisão preventiva.
Conforme a delegada Zuleika Gonzalez, ao assumir que o dinheiro não estava sendo bem administrado pela "Ás Formaturas", ela optou por investir todo o montante financeiro de maneira independente. Nubank e Banco do Brasil foram os bancos usados por ela para guardar o dinheiro.
Quando se deu conta de que os investimentos não estavam dando resultado, Alicia, então presidente da comissão de formatura da turma 106 da FMUSP, começou a se desesperar e passou a fazer apostas em casas lotéricas.
Outra parte do dinheiro foi usado para custear despesas pessoas da estudante, como aluguéis de apartamento e carro, e compra de um tablet.
Além do inquérito que investiga a apropriação do valor da turma, Alicia também é investigada por estelionato e lavagem de dinheiro , no Deic de São Bernardo do Campo. A acusação parte dos donos da lotérica na qual a estudante tentou apostar quase R$ 900 mil em jogos .
A estudante teria ganhado cinco vezes na loteria em 2022 , com apostas feitas após a transferência do dinheiro da turma para a conta pessoal dela, no fim de 2021.
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