Marcelo Freixo
Reprodução/TV Globo
Marcelo Freixo

Marcelo Freixo (PT-RJ), novo presidente da Embratur , não quis entrar em polêmica ao comentar o apoio do ex-policial militar Juracy Alves Prudêncio, o Jura , condenado por homicídio, para a ministra do Turismo , Daniela Carneiro (União Brasil-RJ). Em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira (4), o deputado federal reforçou que é contra a milícia.

“Eu acho que cabe a ela falar sobre isso. Minha relação com ela é muito recente, mas muito boa e de muito diálogo. Não muda em nada e pelo que eu li da defesa, isso tinha mais a ver com a prefeitura (de Belford Roxo) do que com ela”,  respondeu Freixo, que foi responsável pelo relatório da CPI das Milícias quando ocupava o cargo de deputado estadual, em 2008, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

À época, Jura concorreu ao cargo de vereador de Nova Iguaçu pelo PRP (Partido Republicano Progressista). Durante a campanha, entregou santinhos junto com Daniela na Baixada Fluminense. Na ocasião, ele estava preso em regime semiaberto, no entanto, conquistou autorização da Justiça para deixar a prisão porque conquistou o cargo de Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura de Belford Roxo, que era administrada por Waguinho, marido de Daniela.

Apesar do apoio, Jura perdeu a eleição ao conquistar apenas 9.335 votos. Investigação feita pela justiça apontou que o ex-PM utilizou da estrutura da milícia para realizar campanha.

O ex-PM foi acusado de ser chefe do Bonde do Jura, um grupo de milicianos acusado de praticar vários homicídios na Baixada Fluminense. Ele tirou fotos com Waguinho e Daniela em diversas oportunidades.

Em comunicado à imprensa, Daniela declarou que “apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito”.

E qual o envolvimento de Freixo?

O deputado federal presidiu a CPI das Milícias e investigou a atuação de vários grupos no Rio de Janeiro. No relatório final, ele pediu o indiciamento de 225 pessoas, incluindo Jura.

O documento apontou que Jura comandava 70 pessoas, inclusive policiais militares, para atuar nos bairros Comendador Soares, Jardim Nova Era, Jardim Pernambuco, Palhada e Rosa dos Ventos, todos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O ex-PM foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio.

O relatório afirmou que o grupo chefiado por Jura cobrava taxas de segurança R$ 20 a R$ 30 dos moradores e de R$ 20 a R$ 40 de comerciantes. Os bandidos também possuíam o monopólio da venda de gás e do sinal clandestino da TV a cabo e da internet.

Jura está preso desde 2009, condenado de homicídio. O crime ocorreu em 2007 e a vítima Paulo Ricardo Soares da Silva, de 16 anos, foi morto a tiros em um bar em Nova Iguaçu.

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