
Na noite desta terça-feira (25), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo.
Em 2017, a cientista social também havia se tornado a primeira mandatária mulher da história da Fiocruz em 116 anos, um marco na história da instituição.
Nos últimos anos, Nísia participou ativamente dos debates sobre a saúde pública no Brasil, por conta do trabalho da Fiocruz na produção de vacinas contra o coronavírus.
Quem é Nísia Trindade
Natural do Rio de Janeiro, Nísia tem 64 anos e é doutora em Sociologia e mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Antes, ela se graduou em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sua tese de doutorado, 'Um Sertão Chamado Brasil', conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.
A pesquisadora tem uma extensa carreira na Fiocruz, onde ingressou em 1987. De 1999 a 2005, Nísia foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), unidade voltada para a pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Ela também atuou na Editora Fiocruz de 2006 a 2011, onde implementou a Rede SciELO Livros.
De 2011 a 2016, Nísia foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. Foi nesse período que ela contribuiu para a implantação de políticas de acesso aberto, visando tornar disponível toda a produção científica da instituição.
Foi em 2017 que Nísia assumiu a presidência da Fiocruz. Ela foi a primeira mulher a conquistar o cargo e atualmente exerce seu segundo mandato. Na pandemia, se destacou pela parceria com a Universidade de Oxford e a indústria farmacêutica AstraZeneca para produção local da imunizantes contra o coronavírus.
Em 2021, Nísia foi condecorada com o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra da França (Ordre National de la Légion d’Honneur), em reconhecimento ao seu trabalho nas áreas da Ciência e da Saúde, em particular pelas ações da instituição no enfrentamento da pandemia.
Lula escolheu Padilha
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), assumirá o cargo a partir do dia 6 de março, quando será realizada uma cerimônia de posse.
Ele tem o desafio de combater o aumento dos casos de dengue e melhorar a relação com governadores de oposição. A mudança reflete a busca por uma gestão mais alinhada com os objetivos estratégicos do governo.