A futura ministra da Saúde do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Nísia Trindade , disse que irá priorizar o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2023. Ela foi anunciada pelo presidente eleito como chefe da pasta nesta quinta-feira (22), junto com outros 15 nomes.
Trindade afirmou ainda que usará recursos dos hospitais filantrópicos e do setor privado para reforçar o SUS .
"Também pensamos em mutirões em áreas de vazios assistenciais; esse é o foco prioritário, como o próprio presidente Lula vem falando", disse Nísia em entrevista a Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ). E acrescentou: "Nossa prioridade é cuidar do povo mais pobre, do povo trabalhador, do povo mais necessitado".
A Fiocruz é atualmente comandada por Nísia. A entidade foi responsável pela produção da primeira vacina totalmente brasileira contra o coronavírus, se tornando referência no combate à Covid-19 .
A futura ministra disse também que pretende formar uma equipe com "as pessoas mais competentes, comprometidas com nosso projeto e que participaram dessa vitória, que não foi apenas do PT, mas de vários partidos políticos".
Após Lula anunciar Nísia como futura ministra, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) Tedros Adhanom, parabenizou Trindade pelo Twitter.
"Parabéns à minha amiga Dr. Nísia Trindade @nisia_trindadepor ser indicada para ser ministra da saúde do #Brasil, a 1a mulher a assumir esta posição. Tudo de bom e conto que trabalharemos juntos nos próximos anos para avançarmos na #Saúde paraTodos!", escreveu a autoridade da OMS.
Quem é Nísia Trindade?
Natural do Rio de Janeiro, Nísia tem 64 anos e é doutora em Sociologia e mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Antes, ela se graduou em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Sua tese de doutorado, 'Um Sertão Chamado Brasil', conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj.
A pesquisadora tem uma extensa carreira na Fiocruz, onde ingressou em 1987. De 1999 a 2005, Nísia foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), unidade voltada para a pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Ela também atuou na Editora Fiocruz de 2006 a 2011, onde implementou a Rede SciELO Livros.
De 2011 a 2016, Nísia foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. Foi nesse período que ela contribuiu para a implantação de políticas de acesso aberto, visando tornar disponível toda a produção científica da instituição.
Foi em 2017 que Nísia assumiu a presidência da Fiocruz. Ela foi a primeira mulher a conquistar o cargo e atualmente exerce seu segundo mandato. Na pandemia, se destacou pela parceria com a Universidade de Oxford e a indústria farmacêutica AstraZeneca para produção local dos imunizantes contra o coronavírus.
Em 2021, Nísia foi condecorada com o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra da França (Ordre National de la Légion d’Honneur), em reconhecimento ao seu trabalho nas áreas da Ciência e da Saúde, em particular pelas ações da instituição no enfrentamento da pandemia.
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