O presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (15) do Natal dos Catadores
e não segurou a emoção. O evento reuniu catadores de materiais recicláveis e pessoas em situação de rua para escutar o petista discursar.
Durante sua fala, Lula garantiu que, depois que for empossado, voltará para a capital paulista e irá conversar com os catadores e pessoas que vivem nas ruas. Seu objetivo é saber quais são as demandas que eles precisam para melhorar de vida.
"Vou assumir um compromisso com vocês: quero ser o principal catador de papel, quero ser o principal morador de rua desse país, para que a gente possa tratar vocês com respeito e dignidade", prometeu.
Lula tem divulgado os nomes dos seus ministros e relatou que vai levá-los para conversar com pessoas de situação de rua. A intenção do presidente eleito é mostrar a realidade dos brasileiros.
“É uma coisa que preciso mostrar para pessoas escolhidas para ser ministro, para que as pessoas percebam que governar o Brasil não é só atender as pessoas que podem procurar a gente no gabinete", falou ele, emocionado. "Não são vocês que terão que ir, sou eu, presidente da República, que tenho que vir até vocês".
“Tem que ter a capacidade de olhar esse povo não como número, mas como seres humanos que precisam ser tratados com o mesmo respeito que qualquer outra pessoa nesse país”, acrescentou.
Lula criticou Bolsonaro
Lula também criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter vetado o projeto de lei que leva o nome do padre Júlio Lancellotti. O religioso estava ao lado do petista durante o discurso feito no evento.
“Estão fazendo paralelepípedo embaixo da ponte, criando obstáculo para não ter espaço para vocês dormirem. Não é que eles não cuidam, eles não querem que vocês tenham o direito de deitar embaixo da ponte. Não tem nenhum sentido humanista, de paixão, amor, compreensão sobre o que vocês vivem”, discursou.
Nesta semana, o presidente da República não sancionou a lei que proíbe materiais ou estruturas para retirar pessoas em situação de rua de locais públicos. Segundo o chefe do executivo, a medida pode prejudicar a política urbana das prefeituras e causar insegurança jurídica.
Líderes da oposição afirmaram que trabalharão para que o veto seja derrubado no Congresso Nacional. A tendência é que a lei entre em vigor.
Segundo censo feito pela Prefeitura de São Paulo, o número de pessoas em situação de rua na capital aumentou 31% de 2019 para cá. Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais indica que mais de 42 mil de cidadãos moram na rua.
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