O produtor rural Maurides Parreira Pimenta, conhecido como Didi Pimenta , de Campinápolis (MT), gravou um vídeo no qual ele afirma ter financiado a ida do cacique José Acácio Serere Xavante a Brasília para que ele pudesse participar de manifestações golpistas na capital federal. Serere foi preso temporariamente por dez dias, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na segunda-feira (12).
No vídeo, Pimenta diz ter sido procurado pelo Serere Xavante, que manifestou a ele a vontade de ir a Brasília para participar das manifestações. O fazendeiro, então, juntamente a um grupo de amigos, começou a se mobilizar para atender ao pedido. Em dez dias, oito ônibus com indígenas foram enviados à capital federal.
Mais adiante, Pimenta alega que agora está tendo dificuldade para mantê-los em Brasília e que, por causa disso, precisa de doações. Ele pede aos apoiadores que façam um pix e disse já ter recebido doações de diversos valores, de R$ 30 a R$ 500.
"Qualquer quantia vai ajudar muito. Isso vai da consciência e da capacidade de cada um. O que vier será bem-vindo", afirmou.
Cacique Serere
José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Serere, tem 42 anos de idade e é natural de Poxoreu, no Mato Grosso. Filiado ao Patriotas, ele foi candidato a prefeito de Campinápolis, mas teve apenas 689 votos e não foi eleito.
Além da atividade política, o indígena também é pastor. Nas redes sociais, ele se apresenta como pastor evangélico e missionário da Associação Indígena Bruno Ômore Dumhiwê.
Apesar de hoje defender o presidente Jair Bolsonaro (PL), Serere já criticou o atual chefe de Estado no passado, quando, em 2017, ele afirmou que não haveria mais "um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola". À época, o cacique disse que "todos que ameaçaram nosso povo indígena não irão sentar no trono do presidente da República". Em meados de 2018, ele chegou a apoiar a candidatura de Cabo Daciolo (Patriota) à corrida presidencial.
Serere foi preso após ter sido acusado de convocar pessoas armadas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nos últimos dias, ele defendeu publicamente que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não entregue o cargo e chamou a eleição de Lula de fraude.
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