Ricardo Lewandowski
Nelson Jr./SCO/STF
Ricardo Lewandowski

O ministro Ricardo Lewandowski , vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ), disse que, caso tenha defeito nas urnas eletrônicas, como afirma o PL , será necessária a anulação do primeiro turno das eleições 2022 para presidente, governador, deputado estadual, deputado federal e senador.

“Se confirmada a tese do PL, teria que anular toda a eleição”, declarou o magistrado durante sua chegada ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (23). Ele também comentou sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou que o Partido Liberal apresentasse dados do suposto defeito nas urnas no primeiro turno.

“O ministro Alexandre de Moraes deu 24 horas para eles emendarem a inicial. Concordo. Se o defeito está nas urnas, está tanto no primeiro quanto no segundo turno. Se alegar defeito e colocar em xeque toda a votação no segundo turno, evidentemente esse defeito estaria no primeiro turno e aí teria que anular toda a eleição para senador, deputado, governador”, declarou.

Entenda o caso

Em pronunciamento na tarde desta quarta, o presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, voltou a questionar o  resultado das eleições 2022 e a lisura das urnas eletrônicas.

Em coletiva transmitida nas redes sociais, o líder do PL disse que a legenda elaborou o relatório entregue Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque "não pode haver dúvidas sobre o voto" e o processo deve ser "seguro". "Nós temos que resolver isso agora, porque o problema é muito sério", afirmou Valdemar.

O documento, no entanto, ignora o primeiro turno do pleito — quando 99 deputados federais e oito senadores do PL foram eleitos, além de  aliados do atual mandatário, Jair Bolsonaro , de outros partidos.

Após o presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes , cobrar os dados da primeira rodada de votação, a legenda disse ter analisado somente o segundo para evitar "grave tumulto".

"Estender a verificação extraordinária pretendida também para o primeiro turno parece ser medida açodada, especialmente porque, como efeito prático, traria a própria inviabilidade da medida ora pretendida, em razão da necessidade de fazer incluir no polo passivo da ação todos os milhares de candidatos que disputaram algum cargo político nessas eleições, bem como seus Partidos, Coligações e Federações", alegou o PL em manifestação ao TSE.

"Essa medida, não há como negar, traria grave tumulto processual e, repita-se, inviabilizaria a realização da verificação requerida", acrescentou.

Na entrevista coletiva, ao ser questionado sobre o possível envolvimento do chefe do Executivo no relatório, Valdemar disse que "não há nada de trabalho do presidente" na elaboração do documento.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!