Em coletiva, Tarcísio de Freitas defendeu um alinhamento com o governo federal, mas ressaltou que manterá economia liberal no estado
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Em coletiva, Tarcísio de Freitas defendeu um alinhamento com o governo federal, mas ressaltou que manterá economia liberal no estado

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comemorou a vitória no estado e foi cauteloso ao responder sobre suas primeiras medidas no estado, em coletiva realizada na noite deste domingo (30). Segundo o novo governador, a equipe de transição deverá atual a partir da segunda quinzena de novembro junto ao Palácio dos Bandeirantes.

Tarcísio voltou a dizer que terá um secretariado técnico e reafirmou promessas feitas na campanha, como aumentar investimentos para desenvolver o estado. Questionado sobre os secretários, Freitas evitou citar nomes.

 “A partir de agora vamos olhar para frente, olhar para os interesses do estado de São Paulo. Sou muito grato aos votos que conquistei e agora vamos fazer um governo para 46 milhões de paulistas. Vamos olhar sempre o interesse do estado de São Paulo”, disse.

“A nossa ideia é ter um time técnico, qualificado, na altura da grandeza de São Paulo”, disse.

Tarcísio de Freitas desbancou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) obteve 55,27% votos (13.480.190), contra 44,73% de Haddad (10.908.972 votos).

Tarcísio informou que recebeu uma ligação de Fernando Haddad e ressaltou a disponibilização do petista para colaborar com o estado. O ex-ministro ainda defendeu um alinhamento com o governo federal.

“Para que a gente possa fazer política pública para o estado de São Paulo, vai ser fundamental o alinhamento e o entendimento com o governo federal”, disse.

“Recebi um telefonema do Fernando Haddad nos cumprimentando pelo resultado das eleições e se colocando à disposição do estado de São Paulo em Brasília”.

Freitas ainda foi questionado sobre o cenário nacional das eleições. Seu candidato, Jair Bolsonaro, perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o ex-ministro, Bolsonaro está bem e deve trabalhar normalmente nesta segunda-feira (31) e ressaltou que “o resultado das urnas é soberano”.

 “Não falei com o presidente Bolsonaro, falei com General Braga Neto. Ele está tranquilo, amanhã trabalha normalmente”, declarou.

Mesmo com o adversário no Palácio do Planalto a partir do ano que vem, Tarcísio de Freitas garante que haverá diálogo entre ele e Lula, mesmo que seja por intermediação de Haddad. Entretanto, o ex-ministro garantiu que o estado terá um governo liberal economicamente.

“Eu já tive uma conversa muito boa com o Haddad, sempre houve diálogo. São Paulo é muito grande, obviamente vamos fazer o que nós nos comprometemos, uma linha mais liberal. Vamos quebrar as resistências. Vamos estar muito próximos das universidades públicas, vamos valorizar pesquisas da Fapesp, manter os financiamentos no nível que temos”, disse.

Promessas

Tarcísio de Freitas foi questionado sobre as promessas mais polêmicas feitas na campanha eleitoral e declarou que tudo será definido quando assumir o Palácio dos Bandeirantes. Freitas adiantou que deve derrubar a obrigatoriedade da vacinação no serviço público e ressaltou a confiança na conscientização da população para as imunizações.

O novo governador do estado ainda lembrou que estudará a retirada das câmeras nos uniformes de policiais militares. Segundo ele, a medida ainda será discutida com membros do governo e com a Secretaria de Segurança Pública.

“A questão das câmeras, como sempre disse, nós vamos avaliar com a Segurança Pública. Eu tenho uma visão crítica em relação as câmeras, sempre disse isso, mas não sou o dono da verdade. Muitas pessoas me trazem contra-argumentos, vou levar com consideração e discutir com a equipe de segurança”, disse.

Freitas também foi perguntado sobre a privatização da Sabesp, estatal que gere o tratamento de água e esgoto no estado. Ele defendeu o estudo da privatização, mas deixou aberta a possibilidade de manter sob dependência do estado.

“Eu sempre falei que tinha interesse em estudar a privatização. O custo operacional é maior que o custo regulatório, quando isso acontece, o acionista perde valor. Quando comparo o custo ligação e pessoa, eu vejo também uma certa discrepância”, disse.

“Quero aumentar o investimento, quero universalizar o uso do saneamento e quero diminuir tarifa. Se eu começar a sentir que isso concilia, vamos seguir em frente. Isso será discutido junto à Sabesp. Vamos estudar todas as alternativas”, concluiu.

Tarcísio de Freitas deve tirar uma semana de férias e voltar à São Paulo no próximo dia 8 de novembro. A equipe de transição deve iniciar os trabalhos no próximo dia 16 de novembro, segundo informações da equipe de campanha de Freitas.

** João Vitor Revedilho é jornalista, com especialidade em política e economia. Trabalhou na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes em Ribeirão Preto (SP), e na CBN Ribeirão. Se formou em cursos ligado à Rádio e TV, Políticas Públicas e Jornalismo Investigativo.

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