Durante entrevista à Rádio Nova Brasil FM nesta terça-feira (25), o ex-presidente e c andidato à presidência da República , Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que, se eleito, pretende estabelecer uma relação “civilizada” com o Congresso Nacional .
Reafirmando o papel conciliador da presidência da República, Lula disse quer dialogar com os líderes do Legislativo, independentemente de seus partidos políticos.
“Eu espero que a gente consiga restabelecer uma relação civilizada com o Congresso Nacional. Obviamente que não dá para você concordar com mentiras. Se alguém tiver um comportamento leviano, se alguém tiver um comportamento que não seja adequado, nós vamos ter então que ter uma disputa política. Mas, da mesma parte, eu já convivi muito com o Congresso Nacional. Eu tive relações extraordinárias com o Congresso Nacional, eu sei o que é a gente conversar com as pessoas, conversar com os contrários”, declarou.
Questionado sobre como vai agir diante dos líderes do Congresso, Lula afirmou que não deve discutir o assunto até sua eventual vitória. Porém, o petista não deixou de ressaltar que não é papel do chefe do Executivo interferir na escolha dos presidentes da Câmara e Senado.
“Não cabe ao presidente da República decidir quem vai ser presidente da Câmara ou do Senado. Cabe ao presidente da República tomar decisões e conversar com as pessoas mesmo que haja divergência, mesmo que pensem diferente ideologicamente. Você vai colocar os problemas do povo na mesa e vai saber se o cidadão vai trabalhar contra ou a favor”, disse o ex-presidente.
Na entrevista, o petista voltou a criticar as emendas de relator, chamadas de “orçamento secreto”, e disse que o destino dos recursos públicos deve ser decidido pela população. Segundo ele, um dos desafios de um eventual governo será lidar com o orçamento elaborado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Eu vou colocar o orçamento elaborado pelo Ministério do Planejamento e pela comissão que trata do Orçamento que ser discutido pela sociedade via internet. Nós vamos criar condições de fazer com que uma grande camada do povo brasileiro participe da elaboração e de dar palpite sobre o Orçamento brasileiro”, disse o petista defendendo a criação do que chama de “orçamento participativo”.
“Essa é uma inovação que eu quero fazer para ver se a gente consegue mudar e se a gente consegue tirar essa história do orçamento secreto. Eu não concordo com o orçamento secreto. Eu acho que se fosse bom seria bastante conhecido e ninguém precisaria fazer nada secreto”, completou.
Lula aproveitou a entrevista para retomar sua proposta de uma eventual Reforma Tributária com o Congresso Nacional , para ajustar as contas do governo.
"Nós inclusive estamos propondo como política tributária isenção de impostos de pessoas que ganha até R$ 5 mil. E vamos discutir com o Congresso" , disse.
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