O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta quarta-feira (19) a suspensão de postagens feita por bolsonaristas que ligam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Daniel Ortega, presidente da Nicarágua. Ao todo, 11 publicações serão excluídas temporariamente.
A decisão foi publicada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino e aponta que a associação de Lula com o ditador latino-americano destoa da realidade. Sanseverino acolheu um pedido do PT, que alegou o uso das publicações dizendo que o petista é favorável às “atrocidades” cometidas na Nicarágua tem objetivo de prejudicar a imagem do ex-presidente.
“As publicações transmitem de forma intencional e maliciosa mensagem de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva é aliado político do ditador da Nicarágua Daniel Ortega e, por consequência, apoia e consente com os ilícitos por ele praticados, como a perseguição de cristãos e a tortura”, afirma Sanseverino.
“Em análise superficial, típica dos provimentos cautelares (provisórios), observo que as publicações impugnadas transmitem, de fato, informação evidentemente inverídica e prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições 2022”, concluiu o ministro do TSE.
Publicações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida estão na lista de suspensão do TSE. Sanseverino ressaltou que a decisão ainda cabe recurso e deve ser analisado pelo plenário da corte eleitoral.
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Nas últimas semanas, o TSE tem trabalhado para reduzir o número de notícias falsas que circulam nas campanhas eleitorais. Ministros, com destaque para o presidente da corte, Alexandre de Moraes, proibiram a campanha de Bolsonaro dizer que o PT votou contra o Auxílio Brasil, enquanto petista não podem associar o atual presidente da República à pedofilia, após Bolsonaro dizer ter “pintado um clima” entre ele e adolescentes de 15 anos.
Nesta quarta (19), Moraes se reuniu com plataformas digitais para discutir o combate as mentiras feitas na corrida eleitoral. Ele conversou com executivos das empresas Meta, TikTok, Kwai, LinkedIn, Google e YouTube.
Ao fim do primeiro turno, o presidente do TSE afirmou que a propagação de fake news tinha caído neste ano em comparação com 2018. Porém, nos levantamentos recentes, a situação piorou no segundo turno e Moraes quer providências para que o problema não piore nos últimos 10 dias de disputa.