O episódio de terça-feira (18) do podcast Flow , que teve como convidado o ex-presidente Lula (PT), colocou alguns temas em destaque . Alguns deles foram economia, corrupção, assuntos polêmicos como política de drogas e aborto e fake news. Lula chegou a comentar ainda sobre a declaração de Bolsonaro sobre as meninas venezuelanas em suposta situação de exploração. Veja a seguir o que o ex-presidente disse sobre os temas citados:
Economia
Lula afirmou que existe a crença de que a economia durante seus governos "deu certo" por causa do " boom das commodities" (mercadorias de origem agrícola, pecuária, mineral e ambiental). Mas, segundo ele, seu atual aliado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSBD), teve as mesmas condições e não conseguiu "dar certo" nesse sentido. O presidente avalia, portanto, que o sucesso econômico de seus governos tenha se dado à inclusão dos pobres no orçamento. Ele destaca que, durante seu governo, foram gerados vinte e dois milhões de empregos com carteira assinada.
O petista aproveitou ainda para comentar a situação econômica atual do país e criticar os altos gastos de Bolsonaro no cartão corporativo.
"Você vê o quanto cresceu a economia. O Bozo fica dizendo todo dia: 'A economia está bombando'. Só está bombando no cartão corporativo dele. Porque no povo… Hoje foi divulgado que o Brasil vai crescer 1%. Sabe quanto o Brasil cresceu no nosso mandato? Era 4% ao ano", disse.
Corrupção
O apresentador do Flow, Igor Coelho, lembrou os escândalos de corrupção atribuídos aos governos de Lula e sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff — entre eles, o Petrolão (esquema de corrupção articulado na Petrobras), um dos alvos da Operação Lava-Jato. O presidente assumiu que é provável que tenha havido corrupção dentro de uma empresa tão grande, mas criticou o fato de os trabalhadores terem sido prejudicados pelo eventual erro de alguns.
"Quando você descobre a corrupção, o que você faz? Prende o ladrão, mas não prejudica os trabalhadores", afirmou.
Política de drogas e aborto
Em tom de brincadeira, Igor perguntou a Lula se ele legalizaria a maconha caso fosse eleito. O presidente, então, respondeu que este não é um assunto que diz respeito ao Presidente da República, mas sim ao Congresso Nacional. Ele disse também ser pessoalmente contra o aborto.
"Eu sou contra o aborto, porque o aborto não é bom nem pro pai, nem pra mãe, nem pra ninguém", afirmou.
Questionado se era contra o aborto pessoalmente ou como política de estado, o petista respondeu: "Sou contra o aborto pessoalmente. Quem tem que decidir se o aborto é bom não é a lei, não é o Presidente da República."
Fake news
Lula afirmou que Bolsonaro é um "mentiroso compulsivo" e comentou as fake news que têm sido compartilhadas sobre ele e o PT (Partido dos Trabalhadores), como estratégia para Bolsonaro vencer as eleições. Uma das mais "absurdas", segundo o presidente, foi a de que ele pretendia criar banheiros unissex nas escolas.
"A questão que ele (Bolsonaro) fala: 'o Lula vai fazer banheiro unissex'. É absurdo. Esses caras não tem respeito. Eu sou pai de cinco filhos, oito netos, dos quais quatro são meninas. Eu tenho uma bisneta menina. Esses caras acham que podem mentir de qualquer jeito e as pessoas acreditarem. Não é possível as pessoas terem o desplante de contar uma mentira dessa dentro de uma igreja. A igreja é um lugar pra tratar da espiritualidade", disse.
Depois, Lula comentou sobre outras mentiras inventadas a seu respeito, como a de que seu filho era dono da JBS e teria um carro de ouro que apareceu no Uruguai.
"Como é que você pode permitir que as pessoas façam isso sem que haja nenhum critério de punição ou de proibição disso?", questionou.
Declaração de Bolsonaro
Lula relembrou ainda a declaração de Bolsonaro sobre ter "pintado um clima" com meninas venezuelanas de "14 ou 15 anos". Em entrevista a um podcast na sexta-feira (14), o presidente narrou uma suposta situação de exploração sexual infantil que teria flagrado durante um passeio de moto nos arredores de Brasília. Questionado se acreditava mesmo que Bolsonaro era pedófilo, Lula respondeu que ele "se comporta como se fosse".
"Ele se comporta como fosse. O tratamento que ele dá às mulheres. Ele vai terminar um mandato de presidente e nunca reuniu nenhum agrupamento de organização da sociedade, nem favelado, nem trabalhadores, nem sindicatos, nem mulher, nem negro, nada. Ele vive por conta de alimentar os milicianos deles de mentira. Ele tem um exército poderoso para divulgar mentiras e vive disso", afirmou.
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