Lula e Chico Buarque durante caminhada em Belo Horizonte (MG)
Ricardo Stuckert - 09.10.2022
Lula e Chico Buarque durante caminhada em Belo Horizonte (MG)

O ex-presidente Lula (PT) está armando estratégias para virar o jogo nos estados onde perdeu para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições . Os petistas irão investir na desconstrução da imagem de Bolsonaro para tentar ganhar, sobretudo, em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, onde Lula perdeu por 1,7 milhão de votos. O ex-presidente não vence uma disputa presidencial no estado desde 2002. Lula e Fernando Haddad, candidato do partido ao governo do estado, farão eventos juntos, principalmente em cidades do interior, já que Lula venceu Bolsonaro na capital paulista.

De forma geral, o plano da campanha é aumentar a rejeição ao presidente, com base na premissa de que, no segundo turno, o eleitor deve optar pelo menos "menos pior". O foco está em atrair os 9,84% do eleitorado paulista que votaram em Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno. Ambos os candidatos declararam apoio ao petista no segundo turno.

No Rio, estado em que o ex-presidente obteve 1 milhão de votos a menos do que Bolsonaro, ele apostará na atuação de dois cabos eleitorais: o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que vai coordenar as ações no estado, e o candidato derrotado ao governo fluminense, Rodrigo Neves (PDT), que manterá sua estrutura de campanha para ajudar a pedir votos para Lula. O petista deve mirar a Baixada Fluminense em um primeiro momento, onde trabalhará para avançar junto ao eleitorado evangélico.

O maior desafio para Lula será no Sul do Brasil. A região é considerada praticamente "perdida" pelo PT. Lá, a meta é tentar reduzir a diferença de pouco mais de 3 milhões de votos conquistada por Bolsonaro no primeiro turno. O Rio Grande do Sul é o estado mais favorável para o ex-presidente. No Paraná, berço da operação Lava-Jato, aliados do ex-presidente buscam ampliar o diálogo com religiosos e focar em micro e pequenos empreendedores, com uma campanha voltada para o centro.

Por fim, no Centro Oeste, a estratégia é tentar dialogar com nomes ligados ao agronegócio, setor amplamente favorável a Bolsonaro, como o senador Carlos Fávaro (PSD-MT). Na tentativa de reverter a rejeição que enfrenta, o petista investirá em propostas específicas para esse público, como incentivo à ampliação do crédito rural.

No Mato Grosso, além do foco na atividade econômica da região, a ideia é mapear comunidades do campo e indígenas e tentar aproximação com igrejas. Bispos, pastore e agricultores da região estão sendo procurados para gravar vídeos de apoio à campanha.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG .

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!